Desde o dia 1º de agosto, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) está visitando os 5.568 municípios do Brasil para a realização do Censo Demográfico 2022, que visa coletar dados socioeconômicos sobre a população. Mas um outro “censo” busca entender uma outra realidade dos brasileiros: o comportamento sexual.
Realizado pela sextech Pantynova, o chamado “Censo do Sexo” analisou os fetiches mais comuns no país. Entre os entrevistados, 51% disseram ter o sexo a três como principal fantasia sexual. Na sequência, vieram sexo em público e BDSM, sigla para “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo”, usada para designar um conjunto de práticas baseadas no prazer pela dor.
G olden shower (fetiche em que um parceiro urina no outro), o cross dressing (ato de se vestir como o sexo oposto) e o fetiche por pés completam a lista.
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Entre os brasileiros heterossexuais, a pesquisa revelou que o sexo a três é o campeão dos fetiches, seguido por sexo anal e sexo em público. Bissexuais também elegeram o sexo a três como maior fantasia sexual, seguido por BDSM e sexo em público. Sexo a três é ainda o principal fetiche dos entrevistados homossexuais, acompanhado de BDSM e Voyerismo (prazer em observar relações íntimas de terceiros).
Mas será que existe uma razão para que o sexo a três seja o principal fetiche dos brasileiros? Será que tudo que é tabu é fetiche? Para a psicanalista Joana Waldorf, os dados sobre fetiche apontam para um desejo de quebrar regras, que está associado ao prazer.
“Aqui o fetiche está sendo usado no senso comum, o que corresponderia a uma fantasia sexual, ou seja, quais os roteiros a gente cria e conhece para obter excitação. O fetiche constitui um desvio da sexualidade dita ‘normal’, que corresponde ao que se estabeleceu como regra. Logo, o fetiche sempre vai estar relacionado aos tabus da época, e como todo tabu, basta proibir, dizer ‘não pode’, que a excitação é certa”, explica.
“Os dados apresentados mostram o sexo a três, o BDSM e o sexo em público como principais citados. São três grandes tabus. O sexo a três, por exemplo, foge à norma monogâmica. O BDSM fala de controle, dor, sadismo e masoquismo, sentir e infligir dor. A dor, durante muito tempo, foi associada à absolvição de pecado, práticas como expiação, ‘purificação’ dos corpos ‘impuros’. Em relação ao sexo em público, a excitação, muitas vezes, aparece por envolver o risco de ser flagrade e/ou um exibicionismo, e por lei, é um atentado ao pudor. Tudo isso, de certa forma, passa por proibições, inclusive jurídicas, que acabam por aumentar a tensão das práticas e fantasias”, comenta a psicanalista.
Censo do Sexo
O Censo do Sexo conversou com 1.813 pessoas de todos os gêneros e orientações sexuais e residentes de todas as regiões do Brasil. A pesquisa foi distribuída digitalmente, dentro da comunidade da Pantynova e ainda compartilhada em mais de 500 páginas de redes sociais como o Facebook, o Twitter e o Reddit.
“Acreditamos que o bem-estar sexual passa pelo autoconhecimento e que é fundamental para a autoestima, nesse sentido, os dados apresentados podem ajudar no entendimento da sexualidade individual (quando cada pessoa se vê como parte de uma sociedade) e coletiva”, afirma o pesquisador e cofundador da marca, Derek Derzevic.
Fonte: IG Mulher