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Quando é a hora certa de seguir em frente após a morte do parceiro?

Thales Bretas, viúvo do ator Paulo Gustavo, assumiu romance com cantor Silva há algumas semanas
Reprodução/Instagram

Thales Bretas, viúvo do ator Paulo Gustavo, assumiu romance com cantor Silva há algumas semanas

“Até que a morte nos separe”. Quando duas pessoas se casam, geralmente, elas sonham em passar a vida inteira uma do lado da outra. É claro que contratempos acontecem e nem sempre isso é possível, e o casal se vê obrigado a pôr um ponto final no casamento. No caso da morte, porém, o relacionamento nem sempre chega ao fim porque acabou o amor, mas sim por ter sido interrompido por algo maior, que foge ao nosso controle. Alguns dizem que a vida continua, e tendemos a acreditar nisso quando a pessoa que morreu é mais velha ou mais distante. Mas ninguém se prepara para perder o amor da vida.

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No último domingo (30), fãs, amigos e familiares de Paulo Gustavo usaram as redes sociais para relembrar o aniversário do ator, que faria 44 anos na data. Ele morreu em maio do ano passado, vítima da Covid-19. Entre as homenagens mais aguardadas, estava a de seu viúvo, Thales Bretas, que assumiu um relacionamento com o cantor Silva há algumas semanas. “Hoje é o aniversário da pessoa mais importante da minha vida”, escreveu Thales em um post no Instagram com fotos do casal e dos filhos gêmeos.

Será que existe um tempo certo para seguir em frente após a morte da pessoa amada? A psicóloga Isadora Mattos diz que o luto é um processo, que embora universal, ou seja, todos nós vivenciamos ao longo da vida, muito particular e subjetivo. “Todas as vivências desse processo dirão respeito à história vivida por cada pessoa e pelo vínculo que ela construiu com quem morreu. Então, não existe necessariamente uma resposta padrão ou uma dica que nos dê certeza de que está no momento certo de entrar em um novo relacionamento após perder o companheiro”, afirma.

“A pessoa, dentro do seu processo de luto, vai precisar fazer as próprias reflexões, entender e estar em paz com a relação que foi vivida e lembrar que a pessoa falecida não será esquecida ou substituída, mas passará a ter um lugar, ainda que não presencial, simbólico, de amor, de lembrança e de afeto para o resto da vida. O luto é um processo para a vida. Apenas o enlutado pode responder a essa pergunta, seja através das suas próprias reflexões ou de um processo de psicoterapia”, complementa.

Iniciar um novo relacionamento após a viuvez envolve muitas coisas: saudade, solidão, culpa e medo de ser julgado. “Diversos sentimentos podem surgir ao mesmo tempo. Caso o enlutado perceba que está com dificuldade para lidar com isso sozinho, é necessário que ele procure ajuda de um psicólogo especialista em luto. Também é importante reconhecer que não é possível evitar essas emoções, mas que, conhecê-las, o momento em que elas aparecem e as formas de regulá-las torna mais possível lidar com tudo de forma saudável”.

Como explicar o luto para os filhos?

No caso de casais com filhos, a situação é ainda mais delicada. Além de ter que lidar com o próprio luto, o pai ou a mãe ainda têm de ser fortes para poder cuidar das crianças. A profissional reforça que os pequenos têm uma maneira muito particular de ver a morte — até mesmo por uma questão cognitiva, ou seja, de não ter o cérebro totalmente desenvolvido para entender a morte como uma coisa abstrata. Apesar disso, ela destaca que as crianças entendem a ausência e também sentem angústia por essa separação.

“Nós não podemos mentir para a criança ou deixá-la alheia à situação. Precisamos incluí-la no processo de luto dentro do que ela tem capacidade de entender. Uma boa forma de explicar o assunto para os pequenos, no caso de adoecimento prévio, é desde o início ajudar a criança a participar desse processo. Contar para ela sobre as melhoras, as pioras, o ambiente hospitalar, deixar a criança visitar o pai ou mãe no hospital. Não deixar a criança alheia ao que está acontecendo já é um ótimo início para ajudá-la a lidar com esse momento. Com ela participando desse processo de adoecimento, vai ser um pouco mais fácil de explicar esse fechamento que a morte acaba trazendo”, orienta a especialista em luto.

“Outras formas de explicar a morte para as crianças é por meio do lúdico, sempre tendo muito cuidado com as metáforas, porque a criança, a depender da idade, tem um pensamento ainda muito concreto. Então, se você disser para o seu filho que agora o pai ou a mãe dele está em um lugar melhor, ele vai acreditar que esse lugar existe do ponto de vista físico, vai querer visitar esse lugar e até procurar saber como chegar nele. Então, precisamos ter muito cuidado com as metáforas”, completa Isadora Mattos.

O próximo amor

O primeiro parceiro a se relacionar com alguém que perdeu a pessoa amada também enfrenta alguns desafios. Ele não estará lidando com um “ex” qualquer. Como mencionado, o relacionamento anterior, muitas vezes, não chegou ao fim por falta de amor — pelo contrário. 

“Primeiramente, é importante entender que o parceiro tem uma história anterior à atual, que teve alguém que foi importante. É importante entender o processo de luto, que a pessoa que faleceu sempre fará parte das lembranças, da memória e da vida do parceiro. Não se deve invalidar o luto, os momentos de sofrimento, exigir que esse luto tenha que ser esquecido porque agora o parceiro está com uma outra pessoa. Não se deve também se pôr como alguém a substituir a pessoa que foi perdida, mas como alguém que está fazendo parte de um momento novo nessa história”, sugere a psicóloga.

“Outro ponto importante é buscar informações seguras sobre o luto, buscar compreender verdadeiramente que o luto é um processo que será vivido ao longo da vida. É um processo que não necessariamente será feito apenas em momentos de pesar, de tristeza, mas também de memórias”, finaliza.

Fonte: IG Mulher

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