A alta cúpula do Partido dos Trabalhadores pressiona o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para escolher um membro de confiança do partido para o comando do Ministério da Fazenda a partir de janeiro de 2023. O favorito da legenda, segundo interlocutores, é Fernando Haddad, candidato derrotado ao governo de São Paulo nas eleições deste ano.
Na visão dos correligionários, a ida de Haddad para a pasta econômica poderá fortalecer o nome dele para a disputa presidencial de 2026. O ex-prefeito de São Paulo foi candidato a presidência em 2018, mas perdeu para o atual presidente Jair Bolsonaro, então candidato pelo PSL.
O nome de Fernando Haddad, porém, não agrada o mercado financeiro e nem o Congresso Nacional. Na visão dos analistas, Haddad é um político que não tem bom trânsito na Câmara dos Deputados e no Senado, o que poderia travar a maioria das propostas do novo governo.
Já se preparando para a rejeição, o PT deve sugerir outros dois nomes de extrema confiança do partido: os senadores eleitos Wellington Dias (PT-PI) e Camilo Santana (PT-CE). Os dois parlamentares possuem bom trânsito, principalmente no Senado, sendo que Dias é um dos responsáveis pelas negociações orçamentárias e da PEC da Transição.
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Lula não deve ceder a pressão e deve manter um nome técnico, mas com boa articulação política. Na visão do petista, perder dois nomes fortes no Senado trará prejuízos ao seu governo e ele deve ressaltar o poder do vice Geraldo Alckmin (PSB) na decisão.
Alckmin deve indicar o membro para o Ministério da Fazenda, já que possui boa interlocução com o mercado financeiro e foi o responsável por reduzir a rejeição ao nome de Lula na Bolsa de Valores e entre economistas renomados. Entre os principais nomes cotados estão Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer, e Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso.
Lula ainda deve informar ao partido que já colocar o nome de Haddad para a presidência em 2026 pode prejudicar o andamento do novo governo. O petista já disse em diversas entrevistas que não disputará as próximas eleições e sinalizou que vai apoiar os nomes de Alckmin e Simone Tebet (MDB) para a disputa.
Caso não assuma a Fazenda, Haddad deve ser indicado para o Ministério do Planejamento, um dos responsáveis pela organização orçamentária da União.
Fonte: IG ECONOMIA