O Monitor do PIB-FGV aponta crescimento de 0,4% na atividade econômica no terceiro trimestre em comparação ao segundo, considerando-se dados com ajuste sazonal. Na comparação interanual o crescimento da economia no terceiro trimestre foi de 3,2%. Na análise mensal, a economia retraiu 0,4% em setembro, comparado a agosto e cresceu 2,3% com relação a setembro de 2021.
“O crescimento de 0,4% do PIB no terceiro trimestre reflete o desempenho positivo das três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) e de todos os componentes da demanda. Apesar desse desempenho positivo o resultado do terceiro trimestre mostra perda de força da economia, por apresentar taxa de crescimento menor do que as observadas no primeiro e no segundo trimestre do ano. Observa-se que o recuo registrado em setembro é o segundo consecutivo da atividade econômica e sinaliza dificuldade de a economia manter o ritmo de crescimento registrado no início do ano. Não é surpresa que os juros em patamares elevados tenham se refletido em dificuldade para a economia no segundo semestre. Graças aos estímulos fiscais que ocorreram na economia ao longo do ano, o início do enfraquecimento econômico de certa forma demorou a chegar.” segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
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Neste número, foram incorporadas as novas taxas anuais de 2020 e a nova estrutura de ponderação para 2021, recém pulicados pelo IBGE. A partir disso, os números trimestrais de referência das Contas Nacionais Trimestrais (CNT), divulgados até o segundo trimestre de 2022, foram compatibilizados com os novos dados anuais divulgados. Conforme divulgado pelo IBGE em 04 de novembro, a taxa de variação do PIB de 2020 foi revisada de -3,9% para -3,3%. Ao adotar a nova estrutura de ponderação para o ano de 2021, o Monitor do PIB estima que a taxa de crescimento do PIB de 2021 foi de 4,7%, ligeiramente superior a anterior (4,6%) divulgada nas CNT. Outra novidade deste número é a adoção do método Denton para compatibilização das séries mensais elaboradas pelo Monitor aos dados oficiais trimestrais do IBGE divulgados nas CNT.
Consumo das famílias
O consumo das famílias cresceu 5,6% no terceiro trimestre. O crescimento segue impulsionado pelo consumo de serviços. Desde o segundo trimestre o consumo de produtos não duráveis também tem apresentado relevância para o crescimento do consumo das famílias. Destaca-se a queda continuada do consumo dos produtos duráveis desde o terceiro trimestre de 2021.
Formação bruta de capital fixo (FBCF)
A FBCF cresceu 5,6% no terceiro trimestre. O principal responsável por este crescimento foi o segmento de máquinas e equipamentos. Embora este segmento tenha iniciado o ano com taxas expressivamente negativas, passou a crescer desde o trimestre móvel findo em julho. Esse crescimento é explicado principalmente pelo desempenho das máquinas e equipamentos importados.
Exportação
A exportação de bens e serviços cresceu 6,3% no terceiro trimestre. Este crescimento conforme apontado no Gráfico 5 do release , foi devido ao crescimento de praticamente todos os segmentos, com destaque para as maiores contribuições da exportação de bens intermediários e dos serviços. O único segmento da exportação que retraiu foi o da extrativa mineral que recuou 0,9%.
Importação
A importação de bens e serviços cresceu 7,4% no terceiro trimestre. O desempenho positivo da importação de serviços, bens intermediários e bens de capital contribuíram para esse crescimento,.
PIB-FGV EM VALORES
Em termos monetários, estima-se que o acumulado do PIB até o terceiro trimestre de 2022, em valores correntes, foi de 7 trilhões 235 bilhões e 825 milhões de reais.
Fonte: IG ECONOMIA