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Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (25), o presidente do conselho de administração da Jive e ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, avaliou que o impacto da PEC do Estouro afastaria a meta de superávit de 2% do PIB, número-chave para atingir o equilíbrio das contas do país em relação à dívida pública.
“O Brasil hoje produz superávit de 1% do PIB. Para que tenhamos uma dívida que não cresça muito, esse número precisaria ser de 2%. Quando o governo pede para gastar mais, ele está nos afastando desses 2%, que é o equilíbrio das contas públicas”, explicou ele.
“Se é uma PEC de R$ 100 bilhões, você está pedindo pelo equivalente a 1% do PIB, o que já traria o país para dois pontos percentuais para baixo do equilíbrio. R$ 200 bilhões abaixariam para três pontos. É uma distância muito grande, e o que o novo arcabouço fiscal tem que garantir é uma visão de que, em algum momento, a gente vai chegar no equilíbrio.”
Segundo o ex-diretor do Banco Central, o tamanho da PEC afasta a perspectiva de quando esse equilíbrio das contas públicas será atingido.
“A nossa dívida já é muito grande e, daqui a pouco, ficará impagável. A questão é o quanto a PEC afasta esse equilíbrio, que em algum momento precisa acontecer. R$ 200 bilhões é um excesso.”
Ele ainda mencionou a necessidade de parear responsabilidade fiscal com responsabilidade social, a fim de que o ambiente econômico do país não traga mais problemas do que aqueles que se quer combater.