“Nós estamos dialogando com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com as lideranças partidárias, temos bons negociadores, estamos acompanhando com muito respeito a institucionalidade. Queremos recuperar uma visão mais institucional do processo político, diminuir as tensões entre os poderes. Tudo isso está indo muito bem”, disse Haddad.
“As pessoas estão compreendendo que o orçamento do ano que vem não pode ser menor do que o orçamento deste ano. Se o orçamento deste ano já não está sendo suficiente para honrar os compromissos”, completou o petista.
Haddad voltou a dizer que a reforma tributária e a discussão de uma nova âncora fiscal estão na agenda do novo governo.
A equipe de transição do governo eleito, que assume em 2023, já informou que deve propor o desmembramento do atual Ministério da Economia em três pastas, do Planejamento, Fazenda e da Indústria e Comércio Exterior.
Com isso, deve ser retomada a distribuição que havia antes do governo Jair Bolsonaro, quando todas estas pastas foram fundidas no atual Ministério da Economia, sob comando de Paulo Guedes.
No início do governo, até mesmo os Ministérios do Trabalho e da Previdência estavam sob a alçada da economia, mas foram separados em 2021.
Esse não é o primeiro encontro de Guedes com representantes da transição. No final de novembro, os economistas Nelson Barbosa (ex-ministro do Planejamento e da Fazenda) e Guilherme Mello tiveram a primeira reunião com Paulo Guedes.
Após encontro com Guedes, Barbosa diz que opinião do ministro será considerada na transição. “As informações que o ministro apresentou, e opiniões que o ministro deu, serão levadas em consideração na transição”, afirmou.
Ele não quis detalhar quais as informações foram prestadas pelo atual titular do Ministério da Economia. “A sugestão do ministro, se ele quiser, ele apresenta. É uma conversa entre o governo em exercício e o governo eleito”, disse Barbosa.
Nesta semana, Haddad avaliou que a aprovação de uma reforma tributária daria longevidade a um novo arcabouço fiscal. “Nós temos problema com o seguinte: para ter o arcabouço fiscal, nós precisamos da reforma tributária. Então, a gente precisa entender que o Brasil precisa de uma reforma tributária”, disse Haddad.
A PEC da transição, que eleva o teto de gastos em R$ 145 bilhões para permitir R$ 600 do Bolsa Família a partir de janeiro, foi aprovada em 1º turno com 64 votos a favor e 16 contra; no 2º turno placar foi de 64 a 13 no Senado Federal. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados.