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CAMPEONATO CARIOCA

Erros individuais e baixa efetividade pesam em segunda eliminação do Vasco

Thiago Ribeiro/AGIF

O placar de 3 a 1 favorável ao Flamengo não reflete o que foi de fato o jogo de volta da semifinal do Campeonato Carioca, no último domingo, no Maracanã. O Vasco ficou bem mais perto da vitória do que o rival em muitos momentos do clássico, fez um jogo tático superior, mas erros individuais e a baixa efetividade do ataque custaram a segunda eliminação do time de Maurício Barbieri em quatro dias.

A derrota para o Flamengo, inclusive, poderia ficar em segundo plano caso o Vasco tivesse se classificado na Copa do Brasil, na última quinta-feira. A queda para o ABC nos pênaltis complicou o cenário do clube neste início de temporada.

Mas, levando em consideração apenas o recorte do Carioca, o Vasco evoluiu e conseguiu ser um time competitivo na maior parte do campeonato. Os clássicos, que refletem um pouco do que a equipe vai encontrar pela frente no Brasileirão, foram positivos – exceto o jogo de ida da semifinal.

Na volta, o Vasco fez um de seus melhores jogos e, em questão de desempenho, deixa o Campeonato Carioca com boa impressão e dentro do que se esperava.

Baixa efetividade

O time finalizou 18 vezes no clássico – três a mais que o Flamengo. A última coisa que podemos dizer é que a equipe de Barbieri não criou nem levou perigo ao gol de Santos. Pelo contrário, o clássico foi equilibrado nas chances e, quando o placar apontava 1 a 1, era o Vasco quem incomodava e estava mais perto de fazer o segundo gol.

Com Rodrigo de volta ao meio-campo, Barbieri repetiu escalação que funcionou na vitória sobre o próprio Flamengo, pela primeira fase. Está claro que o volante, nesse momento, tem lugar cativo no time. Falta maturidade, obviamente, e técnica, mas o jovem é peça fundamental na anulação do adversário – marcou praticamente todos os jogadores de frente do Flamengo, que teve dificuldades no jogo por dentro. Fixo, Rodrigo oferece proteção que facilita a liberação dos laterais.

Com liberdade para explorar os espaços do Flamengo, que adiantou suas linhas num primeiro momento, o Vasco criou duas boas chances logo de cara com Gabriel Pec e Puma Rodríguez, ambas defendidas por Santos. Em seguida, o uruguaio perdeu bola em lance que resultou no primeiro gol rubro-negro.

Mas o lateral foi fundamental no jogo ofensivo, acelerando as transições com lançamentos bem feitos. Melhores chances saíram com Pumita, mas Lucas Piton também se destacou. Mais adiantado, o lateral-esquerdo preencheu os espaços, se comportou bem na defesa e gerou perigo no ataque. Foi dele a assistência para o gol do Vasco, marcado por Capasso após escanteio. O zagueiro argentino, aliás, é muito bom pelo alto, tanto na defesa quanto no ataque.

A igualdade no placar ainda no primeiro tempo deu tranquilidade ao Vasco para seguir com a estratégia e, na segunda etapa, o time foi melhor que o Flamengo até os 35 minutos. O que faltou foi um jogador para decidir o clássico. O Vasco não teve qualidade individual no ataque. Pumita, Andrey, Alex Teixeira, Gabriel Pec, Pedro Raul. Todos tiveram chances, mas sem efetividade.

E aí pesa também o elenco. Do outro lado, o Flamengo promoveu a entrada de Varela, Vidal, Everton Ribeiro e Matheus França. O Vasco tem um trabalho bem feito, um time titular competitivo, peças de qualidade e garotos promissores. Mas precisa reforçar o elenco. Dos 13 reforços contratados, apenas dois são atacantes, e Orellano ainda não teve chance para mostrar a que veio. O Vasco equilibrou, competiu, pressionou, criou. Mas não teve alguém que decidisse.

Erros individuais

Se não decidiu, o Vasco errou e abriu caminho para o Flamengo. Assim como aconteceu no jogo de ida, com a falha inacreditável de Capasso, os dois primeiros gols saíram de desatenção da defesa.

No primeiro lance, Rodrigo tocou na pressão para Pumita, que perdeu a bola para Ayrton Lucas. O lateral quase foi desarmado por Capasso, mas a bola sobrou para Pedro, que finalizou e contou com desvio de Jair para abrir o placar. Uma sequência de infelicidades que começou com a perda da posse.

O segundo erro foi mais impactante porque aconteceu em momento que o Vasco era superior e se aproximava de marcar o segundo gol. Primeiro, Rodrigo perdeu a bola para Matheus França. Depois, Capasso deu um carrinho desnecessário no atacante e cometeu pênalti. O time precisou se expor ainda mais em busca dos gols e sofreu o terceiro.

Mesmo com as falhas, o Vasco teve bom comportamento no clássico. O Estadual dá indícios de um time no caminho certo. Barbieri teve a chance de testar mais de uma formação e promover variações táticas que funcionaram e servirão de base para o único campeonato que terá pela frente agora. A um mês da estreia no Brasileiro, o Vasco termina o Carioca com boa atuação e terá tempo para reforçar o elenco e solidificar o trabalho. Importante entender que a oscilação faz parte do processo.

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