O Grêmio perdeu a invencibilidade em 2023 para o Ypiranga no jogo de ida da semifinal do Gauchão. A equipe de Renato até largou bem, saiu na frente, mas repetiu os mesmos erros recentes ao desperdiçou muitas chances de gols. Na etapa final, o time despencou de desempenho e pagou o preço pela falta de pontaria com a derrota por 2 a 1.
Foram 14 jogos sem perder na temporada, 20 no total, somadas as últimas seis rodadas da Série B do ano passado. A derrota para o Ypiranga expõe alguns defeitos do time de Renato em 2023, principalmente no momento de finalizar.
Contra o Ferroviário, a equipe enfrentou dificuldades para furar a defesa adversário no primeiro tempo e conseguiu abrir o placar nos últimos minutos da primeira etapa. Neste domingo, conseguiu abrir o placar logo aos 13 minutos, mas depois perdeu um gol atrás do outro.
Mesmo com 1 a 0 a seu favor, o Grêmio seguiu pressionando o Canarinho. No entanto, faltou capricho no momento de concluir as jogadas. Com a bola rolando, Suárez teve duas oportunidades claras defendidas das cinco finalizações na partida. Vina perdeu um lance em que apareceu sozinho na área, mas escorou para fora, além de outras duas possibilidades.
O uruguaio ainda passou por algo parecido com o que aconteceu na Copa do Brasil. No primeiro tempo, o árbitro marcou pênalti com ajuda do VAR e, na cobrança, o camisa 9 novamente parou no goleiro, como foi contra o Ferroviário. Mas diferente do que foi na quinta-feira, dessa vez as oportunidades perdidas custaram caro.
No segundo tempo, a equipe não conseguiu manter o mesmo volume e os donos da casa cresceram na partida. O Ypiranga confundiu a marcação com a movimentação dos meias da ponta para o centro e o ataque mais móvel, uma arma utilizada constantemente pelo próprio Grêmio. E com bolas longas aproveitou o problema na recomposição dos gremistas.
O Ypiranga passou a atacar mais e alçar a bola na área. A insistência fez efeito, pois assim se originaram os dois pênaltis que custaram a derrota gremista, o último dele nos acréscimos. Kannemann cometeu as duas infrações e foi expulso com dois cartões amarelos.
A queda de rendimento no segundo tempo foi reconhecida pelo próprio Renato após a partida. O próprio treinador afirmou que o time de Luizinho Vieira mereceu o resultado por conta dos últimos 45 minutos. Mas também, não deixou de criticar o gramado do Colosso da Lagoa.
– Não vai ser desculpa, mas o campo não ajudou em nada para o Grêmio. Sempre beneficia o mais fraco. Várias coisas que gostamos fazer, deixamos de fazer por causa do campo – explicou.
O meio-campo do Grêmio, setor tão vital nas últimas partida, se desfez desde antes da partida. Cristaldo ficou fora, com desconforto muscular. Pepê saiu logo após dar assistência para Suárez, com dores na coxa esquerda. Ainda assim, o Tricolor manteve a atuação na primeira etapa. Fábio também precisou sair na primeira etapa também com desconforto.
Depois do intervalo, no entanto, além da melhora do Ypiranga, houve uma queda de Vina e Carballo, ambos sacados aos 30 minutos da etapa final. E as reposições não geraram resultado em controle no meio-campo. O Grêmio tentou usar a velocidade para contra-atacar, mas sem saber como.
Outra mudança de Renato antes da partida foi na lateral esquerda. E não se mostrou produtiva. A justificativa de ter um jogador mais agudo na posição, já que o meio estava recheado de volantes com Pepê, Villasanti e Carballo desde o início, não se confirmou na prática. Diogo Barbosa foi quem mais errou passes do Tricolor, por exemplo.
Renato terá a semana para prepara a equipe para o jogo da volta. No próximo sábado, dia 25, o Tricolor recebe o Ypiranga, na Arena, a partir das 16h30. Para avançar no Campeonato Gaúcho, o Grêmio precisa vencer por dois gols de diferença. A vitória simples leva a decisão para os pênaltis.
