DA ASSESSORIA
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Em reunião realizada no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (20), ficou decidido que o governo deve adotar um “meio-termo”, que poderia ficar entre 1,8% e 2% ao mês, mas o martelo ainda não foi batido sobre o percentual exato.
Participaram da reunião o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; o ministro da Previdência, Carlos Lupi; o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo; e as presidentes da Caixa, Rita Serrano, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
Após a controversa decisão do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) de reduzir as taxas máximas de juros dos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o governo deve elevar as taxas para um “meio-termo” entre os percentuais praticados anteriormente e os valores definidos pelo CNPS na semana passada.
O teto dos juros passou de 2,14% para 1,7% ao mês, no caso do empréstimo consignado convencional. Nas operações com cartão de crédito consignado, o limite máximo caiu dos atuais 3,06% para 2,62%. A mudança, articulada pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), foi aprovada com 12 votos favoráveis e três contrários.
Após a decisão do CNPS, bancos e instituições financeiras, como Bradesco, Itaú, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Pagbank, Daycoval e Pan, anunciaram a suspensão das linhas de crédito consignado para aposentados do INSS.
Uma nova reunião deve acontecer na sexta-feira (24/3), provavelmente com a presença de outros representantes do sistema financeiro e do governo.
A próxima reunião do CNPS está marcada para o dia 28 de março.
Atualmente, cerca de 89% do consignado de aposentados do INSS é concedido por bancos privados. Caixa e Banco do Brasil representam 11% dos empréstimos.
“Ideia estapafúrdia”
Economistas consultados pelo Metrópoles disseram que a redução dos juros do consignado do INSS é um equívoco e pode tornar o crédito escasso.
“Essa tentativa de tabelar taxa de juros para crédito consignado é política econômica de má qualidade. Na prática, você não vai tornar o crédito mais barato para o aposentado. Você vai tornar o crédito escasso porque os bancos deixarão de ofertar essa modalidade”, critica Benito Salomão, doutor em economia pelo PPGE-UFU.
“É um padrão de política econômica lamentável, uma coisa de quem não conhece economia. Uma ideia estapafúrdia que tiraram da cachola e não faz o menor sentido”, completa.