Depois do bicampeonato estadual, foi a vez do Fluminense dominar a cerimônia de premiação da competição. Além dos seis nomes presentes na lista – Fábio, Nino, André, Arias, Cano e Fernando Diniz – outro destaque ficou por conta de um jogador que não atuava ainda pelo tricolor. Reforço recente, o atacante Lelê, de 25 anos, vice-artilheiro com 13 gols, ganhou o prêmio de revelação do Carioca, além de estar na seleção do campeonato, ainda atuando pelo Volta Redonda, seu ex-clube.
– É muita felicidade, de verdade. Poder estar recebendo esses prêmios jogando pelo Volta Redonda. É uma equipe que me acolheu, todos os jogadores, treinador, comissão técnica, direção. Acreditaram no meu trabalho e eu pude dar a resposta. Estar nessa premiação aqui que só via na internet ou pela televisão é muito feliz – disse Lelê após a cerimônia.
Com as premiações, Lelê recebeu R$ 20 mil (R$ 10 mil de cada prêmio), valor que é mais que o dobro do que ele recebia de salário no Voltaço. De origem humilde, o atacante precisou até correr após o treino para comprar um traje esporte fino para participar do evento, onde acabou chegando atrasado. A seleção do campeonato já estava sendo anunciada, mas ele apareceu pouco antes de ser chamado.
– Não vou mentir, não (risos). Comprei e cheguei até tarde no evento. Mas deu tudo certo graças a Deus. E pude estar bem vestido – brincou.
“Sou tricolor” e “desculpa” aos vascaínos
Em entrevista após a cerimônia, Lelê falou sobre o sonho de infância, a influência da torcida dentro da própria família e confessou ser torcedor do Fluminense .
– Desde criança, o meu sonho sempre foi jogar em um clube grande do Rio. Todos sabem disso e o meu carinho é bem maior pelo Fluminense, minha família é tricolor. Tenho que admitir, sou mesmo tricolor, mas respeito muito todos os clubes.
Antes de acertar com o Fluminense, Lelê teve o nome vinculado para reforçar o Vasco, porém, o atacante pediu desculpas para a torcida, ressaltou a importância da conversa com Fred e a possibilidade de disputar mais competições com o tricolor.
– Antes de eu acertar com o Fluminense, teve expectativa de eu ir para o Vasco e tiveram rumores que eu tinha dado palavra, porém, eu não conversei com ninguém. Peço até desculpa a todos os vascaínos e a equipe do Vasco. Quando eu sentei com os meus representantes, foi a única vez que me perguntaram para que decidisse ente Fluminense e Vasco, e eu decidi o Fluminense, até pelo fato de também poder estar disputando mais competições. Pelo Vasco, não poderia disputar outras competições, só o Brasileiro. Pelo Fluminense, tenho a Libertadores e o Brasileiro. Então pesou bastante, até mesmo a conversa com o Fred, me deu todo o suporte e optei pelo Fluminense.
Cano e Lelê podem jogar juntos?
Outro tópico abordado pelo atacante foi a parceria de ataque. Cano foi o artilheiro do Carioca, com 16 gols, e logo atrás, Lelê marcou 13. Ao ser questionado se há espaço para os dois jogarem juntos, ele não titubeou:
– Eu não vejo nenhum problema, até porque já joguei de ponta na carreira, centralizado… Poder estar jogando ao lado do Germán Cano é algo que qualquer um gostaria. É o maior artilheiro atualmente. Me sinto bem à vontade se tiver que jogar ao lado dele, porque sei que esse ano vamos fazer muitos gols, espero que juntos dentro de campo – afirmou Lelê, que sonha alto:
– Hoje o sonho é ganhar títulos pelo Fluminense, inclusive a Libertadores. É o sonho de todo tricolor. Vamos em busca disso, em busca do título da Libertadores e do Brasileirão também
Lelê já vem chamando a atenção e se destacando nos treinos no CT Carlos Castilho, e ele estreou com a camisa tricolor na vitória por 3 a 1 sobre o Sporting Cristal em Lima, no Peru, na semana passada. O Fluminense volta a campo nesta quarta-feira, contra o Paysandu às 19h30 (de Brasília) no Maracanã, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Como o atacante já jogou o torneio pelo Voltaço, não pode defender outra equipe na competição. Com isso, ele fica à disposição para a primeira rodada do Campeonato Brasileiro, sábado contra o América-MG em Belo Horizonte.