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CHANCE NO PÓDIO

Ginástica rítmica do Brasil vive melhor fase da história

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A ginástica rítmica brasileira vive um boom desde o ano passado. Semana pós-semana, os resultados vão aparecendo e logo chegam as perguntas: “E aí, vamos ter medalha olímpica?” ou “Quais as nossas chances em Paris?”. Antes da resposta, cabe duas ponderações.

A primeira: o momento do Brasil é histórico. A equipe brasileira conquistou uma medalha de bronze na primeira etapa da Copa do Mundo de 2023 e está na briga pelo pódio das principais competições. As atletas do individual, principalmente Barbara Domingos e a jovem Maria Eduarda Alexandre, têm conquistado excelentes resultados nas etapas da Copa do Mundo e isso tem que ser muito comemorado.

Começando pelo conjunto brasileiro, que teve uma certa tradição no começo do século, atingiu duas finais olímpicas em 2000 e 2004, mas jamais brigou diretamente pela medalha. Na época, a equipe empolgava mais a plateia, com músicas animadas e apresentações artísticas, do que os juízes. Agora, a impressão artística ganhou muito destaque no somatório das notas, o que elevou o Brasil ao patamar de brigar por medalhas.

No Campeonato Mundial do ano passado, o time foi quinto colocado na soma das duas apresentações. Na primeira etapa da Copa do Mundo de 2023, na Grécia, a seleção conseguiu um bronze. Na etapa seguinte, o time sofreu com algumas lesões e cometeu erros graves para quem quer brigar pelo pódio.

No momento, Rússia e Belarus, duas das principais potências do mundo na modalidade, estão proibidas de competir, o que abre espaço para novas seleções. Mas ainda, sim, tem várias seleções nessa briga pelo pódio no conjunto: Bulgária, Israel e Itália podem pintar como favoritas, mas a China conseguiu lindíssimas apresentações nas duas últimas etapas da Copa (levou os dois ouros), a França entrou definitivamente na briga, a Espanha não foi bem esse ano ainda, mas é atual medalhista de bronze no Mundial. Mais por fora na disputa estão Alemanha e México.

No individual, o Brasil teve grandes resultados nas últimas semanas. Bárbara Domingos foi bronze na fita em etapa da Copa do Mundo e ouro no Grand Prix da França, enquanto Maria Eduarda, de só 15 anos, foi finalista do arco em duas etapas da Copa do Mundo. Feitos históricos e impressionantes, mas que ainda não colocam o Brasil na briga por medalhas olímpicas. Ainda.

Conforme dito acima, a única medalha em jogo nas Olimpíadas é o individual geral, que soma os quatro aparelhos. Bárbara está muito bem na fita, uma das melhores do mundo, mas quando as pontuações da bola, arco e principalmente maças chegam, ela cai na classificação. Na última Copa do Mundo, por exemplo, foi oitava. O que, por si só, é um feito histórico.

Conseguir a vaga olímpica via Campeonato Mundial parece ser bem provável para Bárbara, já que são 14 em jogo. Mas para brigar por medalhas no individual geral, precisa passar, pelo menos, dos 31.000 nos outros três aparelhos, algo que Babi ainda não faz com frequência.

Maria Eduarda tem conseguido resultados impressionantes no arco, com duas finais em Copas do Mundo. Pela idade, só 15 anos, o feito é ainda mais relevante. Mas ainda tem errado nos outros aparelhos, e a disputa pela vaga olímpica é um pouco mais complicada.

Mas, ainda esse ano, dois eventos serão muito importantes: o Campeonato Mundial e os Jogos Pan-Americanos, ambos com distribuição de medalhas por aparelhos. Ou seja, Barbara tem chances reais de pódio no Mundial na fita e, por que não, Duda não pode surpreender no arco. Já no Pan, o país tem tudo para fazer um festival de medalhas, podendo levar até quatro ouros somente no individual.

Resumindo: é bem possível que o Brasil termine com uma medalha individual em Campeonatos Mundiais e até quatro ouros nos Jogos Pan-Americanos. Mas o sonho do pódio olímpico (ainda) é distante. Quando o assunto é o conjunto, o Brasil tem totais chances de medalha no Mundial, é favorito no Pan e pode, sim, brigar pelo pódio olímpico.

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