O empate em 2 a 2 do Inter com o Nacional foi doloroso pelo gol no fim dos uruguaios. O enredo machucou ainda mais porque o time não só esteve perto de ganhar como indicou que teria protagonistas. Só que faltou capacidade para sustentar os momentos no roteiro. A combinação de falta de pontaria com erros defensivos custou o amargo gosto de mais um empate, o nono em 21 jogos no ano, e a chance desperdiçada de assumir a liderança do Grupo B da Libertadores.
Na próxima rodada, o Colorado enfrenta os Metropolitanos no dia 25, às 21h (horário de Brasília) no Estádio Olímpico de la Universidad Central de Venezuela, em Caracas. O resultado manteve o Inter em segundo lugar do Grupo B com cinco pontos, dois atrás do Nacional, um acima do Independiente Medellín, que ganhou dos venezuelanos. Mas abaixo do esperado.
— Não era o que planejamos. Sabemos que o fator local influencia muito. Nossa meta era fazer duas vitórias em casa e pontuar fora. Não atingimos o que era a nossa ideia — admitiu Mano.
A torcida fez sua parte. Encarou a chuva e o frio e, desde a tarde, já rondava o Beira-Rio. Apesar de não confirmar os 45 mil previstos, 36,7 mil pessoas tentaram empurrar o Colorado.
Também pudera. Do outro lado, estava o imponente tricampeão da Libertadores, maior participante do torneio (50) e que conseguiu as duas vitórias nos acréscimos. Ou seja, o jogo prometia luta até o final.
Pressão em 30 minutos, mas desperdício
O Colorado mostrou força na etapa inicial. Principalmente até os 30 minutos, quando teve boa atuação. Abriu o placar logo aos 10, quando Wanderson cobrou escanteio na cabeça de Mercado. A oitava assistência do atacante. E parecia que faria uma vitória com autoridade. Mas deixou escorrer o domínio em uma falta de efetividade.
Antes mesmo do gol, Wanderson havia colocado a mão em bola que ia para Mauricio finalizar. E em vantagem, o Inter empilhou chances. Rochet defendeu arremates de Mauricio e Alemão, enquanto Alan Patrick e Wanderson chutaram para o fora. O último na melhor oportunidade, cara a cara. Deveria ter rolado de lado, onde estavam Alemão e Mauricio livres.
O lance faria falta… O Inter diminuiu o ritmo, deu espaço e cedeu o empate. Aos 37, Alemão perdeu a bola para Zabala, que fez jogada individual e contou com a sorte em uma “tabela” involuntária com Vitão antes de acertar o canto de Keiller.
O Inter não conseguiu repetir a mesma produção, ainda que Mauricio e Igor Gomes tenham obrigado Rochet a trabalhar. Mas o Nacional, diga-se, também pouco incomodava. O maior risco, até então, seria aos 30, após um recuo errado de Renê.
Estrela e “lei do ex”
Houve momentos de “quase” no Beira-Rio. Mano esteve perto de brilhar com as trocas. Pedro Henrique faria gol anulado por toque de mão. O dedo do técnico seria enaltecido pela estrela com as entradas de Luiz Adriano e Lucca nos lugares de Alemão e Mauricio respectivamente.
O Beira-Rio todo enlouqueceu, menos o camisa 14. Cria e torcedor do Bolso, levantou a mão e bateu no peito, como se pedisse desculpas pelo que acabara de fazer.
Falha defensiva e decepção
Independente do sentimento dúbio de De Pena, o Colorado via a liderança do Grupo B se aproximar. Bastaria segurar a última luta charrua. Aos 43, o susto. Keiller falhou na saída de gol, mas Noguera mandou por cima. A sorte sorria para o camisa 1? Ledo engano. Dois minutos depois a defesa do Nacional ganhou do sistema defensivo gaúcho e trouxe a decepção ao Beira-Rio.
Polenta cruzou da esquerda. Noguera apareceu às costas de Vitão, que não apresenta o mesmo nível de 2022, se redimiu do erro anterior e antecipou Keiller. Não houve mais tempo para buscar o terceiro. Com o apito final, apareceu um princípio de vaia, logo abafado. O time retribuiu com aplausos, mas sem entregar uma vitória. Faltou encerrar o jogo difícil, como disse Mano na coletiva.