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recursor do gênero “true crime” e referência na TV brasileira, o “Linha Direta” está de volta. O programa retorna nesta quinta-feira, 4 de maio, repaginado e sob o comando de Pedro Bial, trazendo reflexões e reconstituições de casos que marcaram a sociedade nos últimos 15 anos.
Na estreia, o novo “Linha Direta” abordará o caso Eloá por meio de um conteúdo investigativo, com direito a entrevistas e simulações. Enquanto aguardamos esse retorno, relembre com a gente os 10 episódios mais marcantes do programa:
Assassinato de PC Farias
O assassinato de Paulo César Farias, tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello, e de sua namorada, Suzana Marcolino, em 23 de junho de 1996, foi tema do “Linha Direta” em 1999. Por meio de reconstituição de cenários, a equipe do programa mostrou as inconsistências nos laudos iniciais.
As conclusões levantadas nas novas investigações indicavam que Suzana não matara PC, nem se suicidara em seguida, e sugeriam que o caso, na verdade, tratava-se de um duplo assassinato.
Sequestro de Wellington de Camargo
O sequestro do irmão dos cantores sertanejos Zezé Di Camargo e Luciano teve grande repercussão nacional e mobilizou o Brasil nos 96 dias em que Wellington esteve em cativeiro. Para entender melhor o que aconteceu, o “Linha Direta” entrevistou com exclusividade não apenas a vítima do caso como também alguns de seus sequestradores.
Eles contaram por que Wellington foi escolhido, como o torturaram e decidiram cortar sua orelha, e as tensas negociações com Zezé Di Camargo. Os familiares de Wellington também falaram com exclusividade ao “Linha Direta”, incluindo seu irmão Zezé.
O ‘Linha Direta’ falou sobre o sequestro de Wellington de Camargo, irmão de Zezé di Camargo e Luciano — Foto: Memória Globo
O Sequestro de Carlinhos
Carlinhos tinha apenas 10 anos quando foi sequestrado na noite de 2 de agosto de 1973, por um homem mascarado, que invadiu a casa onde sua família morava no Rio de Janeiro. O garoto nunca mais foi encontrado.
O pai do menino e um dos seus funcionários foram acusados de forjar o sequestro, mas nada ficou provado, e o crime permaneceu sem solução. Separada do marido desde 1976, a mãe de Carlinhos falou ao “Linha Direta” sobre o caso. Ainda no episódio, o programa mostrou, com a ajuda da computação gráfica, como seria a provável aparência de Carlinhos adulto.
Linha Direta Justiça: O Sequestro de Carlinhos (2003)
Zuzu Angel
A controversa morte de Zuzu Angel, num acidente de carro considerado, mais tarde, um atentado político, também foi tema do “Linha Direta”. A estilista fez o que pôde para denunciar a ação de militares após ter seu filho Stuart, integrante de um movimento estudantil, torturado e morto.
Na noite de 14 de abril de 1976, voltando para casa em seu carro, Zuzu sofreu um acidente na saída do túnel que leva a São Conrado, no Rio de Janeiro. A versão oficial foi a de que ela dormira na direção, mas em 1988, por decisão da Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça, os militares foram considerados culpados por sua morte. Hoje esse túnel leva o seu nome.
No episódio, que contou com a reconstituição do crime, Zezé Polessa assumiu o papel de Zuzu e Mateus Solano foi Stuart.
Linha Direta Justiça: Zuzu Angel (2003): Abertura
O Naufrágio do Bateau Mouche
O episódio focado no naufrágio do Bateau Mouche foi um dos mais ambiciosos da história do “Linha Direta” em termos de produção: foram 180 figurantes e um elenco de 40 atores reunidos para contar a história do barco que afundara na orla do Rio de Janeiro em pleno réveillon, provocando a morte de 55 pessoas, entre elas a atriz Yara Amaral.
A perícia constatou que o número de passageiros estava acima da capacidade do Bateau Mouche, e os empresários que promoveram o passeio foram considerados culpados, mas fugiram para o exterior. O programa entrevistou sobreviventes da tragédia, os advogados e promotores do caso, além de atrizes que eram amigas de Yara, como Fernanda Montenegro e Nathália Timberg.
Linha Direta Justiça: Naufrágio do Bateau Mouche (2004)
A Bomba do Riocentro
No Rio de Janeiro, entre 1980 e 1981, alguns dos últimos anos de Ditadura Militar, ocorreram uma série de atentados com bombas promovidos por colaboradores do regime que não queriam a abertura política. O “Linha Direta” mostrou a reconstituição do atentado que teve a maior repercussão naquele período: o do Riocentro.
No momento da explosão, grandes nomes da música brasileira se apresentavam em um show para 20 mil pessoas. No episódio, falaram ao programa os cantores Alceu Valença, Elba Ramalho e Beth Carvalho, que cantavam naquela noite. Eriberto Leão, Tuca Andrada e Mateus Solano participaram do elenco da reconstituição do crime.
Beth Carvalho falou ao ‘Linha Direta’ sobre o caso da Bomba do Riocentro — Foto: Memória Globo
A Chacina da Candelária
Em 1993, na madrugada de 23 de julho, oito meninos de rua que dormiam em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, foram mortos a tiros disparados por policiais. O motivo seria a vingança contra o apedrejamento de uma viatura pelos menores no dia anterior. A tragédia ficou conhecida como Chacina da Candelária e ganhou repercussão internacional.
O “Linha Direta” reconstituiu o caso e entrevistou Wagner dos Santos, guardador de carros que tomou quatro tiros no dia da Chacina, mas sobreviveu e ajudou a identificar os assassinos.
Césio 137
O “Linha Direta” também abordou um dos maiores acidentes radiológicos em área urbana do mundo: a contaminação pelo metal Césio 137, na cidade de Goiânia, em 1987. Segundo dados da Associação das Vítimas do Césio 137, 104 pessoas morreram e 1,6 mil foram afetadas pela radioatividade até 2012, quando o acidente completou 25 anos.
Com entrevistas de vítimas, parentes e autoridades envolvidas no caso, esse episódio foi um dos finalistas na categoria ‘Atualidades’ do Prêmio Emmy Internacional, em 2008.
Acidente radioativo em Goiânia – Césio 137 (2007)
Ângela e Doca
A socialite Ângela Diniz foi morta a tiros no dia 31 de dezembro em 1976, em Búzios, Rio de Janeiro, pelo marido, o empresário Raul “Doca” Fernando do Amaral Street. Ele disparou quatro tiros contra a mulher, três deles no rosto, durante uma discussão.
O “Linha Direta” descreveu a trajetória de Ângela até o seu envolvimento com Doca Street. Em Belo Horizonte, parentes e amigos ajudaram a reconstituir a vida da socialite, falaram de sua personalidade e dos seus relacionamentos amorosos.
O ‘Linha Direta’ falou sobre o caso Ângela e Doca — Foto: Memória Globo
O Enigma do Edifício Joelma
O “Linha Direta” investigou alguns estranhos acontecimentos que marcaram a história do Edifício Joelma, onde, em fevereiro de 1974, um incêndio matou 189 pessoas e deixou 345 feridas. Não foi, entretanto, a primeira tragédia a acontecer naquele mesmo local.
Em 1948, na casa que ocupava o terreno onde futuramente seria erguido o Joelma, o professor de química Paulo Camargo assassinou a tiros a mãe e as duas irmãs, enterrou seus corpos em um poço no quintal da casa e, em seguida, se suicidou. Logo começaram a aparecer rumores de que uma maldição rondava o lugar.