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AGOSTO LILÁS

Advogada cobra presidente da OAB por ações contra feminicídio: “Faça alguma coisa”

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Da assessoria

Em alusão ao Agosto Lilás, a advogada Thaysa Ignácio provocou a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso, Gisela Cardoso, a seguir o exemplo do vereador Chico 2000 (PL) e colocar no quadro da instituição, ações educativas sobre violência contra a Mulher voltada para os advogados. A fala foi durante a Audiência Pública sobre Violência contra a Mulher realizada nessa segunda-feira (21.08), na Câmara de Cuiabá.

Thaysa destacou o alto índice de mulheres advogadas e estudantes de Direito que vem sendo, nos últimos anos, vítimas de feminicídio em Cuiabá. Considerando que não existem ações de prevenção contra a violência que, de fato, resguardem as vidas delas.

“Gostaria de fazer o seguinte questionamento: Por que estudantes de direito, advogadas são muitas vezes o alvo da violência contra a mulher? Todos os relatos de vítimas que tivemos até os últimos casos se referem a estudantes de direito, advogadas e eu como advogada estou aqui rogando até mesmo para a presidente da OAB, Gisela que siga o exemplo do Chico 2000, presidente dessa Casa, e proponha ações educativas para os advogados no quadro da OAB. Sabemos que dentro do grupo de whatsapp, na mesa do happy hour, as risadas, provocações e a culpabilização da vítima acontece muito. Por mais que não sejam todos agressores, de certa forma, vem passando pano para os amigos efetivamente naqueles comentários que continuam perpetuando, a ideia de que a mulher não pode sair para namorar, não pode sair com determinada roupa e que não pode ser advogada, pois ela brilha muito, ela incomoda. E aquele homem que vê ela e fala: “nossa, nunca vou conseguir chegar, nunca vou conseguir acompanhar, ela precisa parar de existir porque está me incomodando muito”. É isso que faltava ser dito aqui, é preciso uma atenção com essas mulheres que estão querendo conquistar lugares de poder”, avaliou .

A advogada ainda ressaltou que o interesse dos agressores não é de aprender, mas eliminar as mulheres instruídas e que a OAB vem sendo omissa quanto a ações que poderiam ajudar muitas estudantes de Direito e demais advogadas a resguardarem suas vidas com ações mais incisivas e eficazes.

“Estava precisando falar, não é mesmo? Então, por favor, dêem uma atenção às estudantes de Direito. Gisela, vamos fazer alguma coisa. Poxa, cadê você aqui, cadê as advogadas que receberam as homenagens dessa Casa. Cadê elas? Não é importante estar aqui e falar? É triste a situação da mulher que luta por um lugar de contribuir com a justiça, de contribuir com a política, as vereadoras aqui sabem. Então vereadora Maysa, imagina tudo o que você passa, uma mulher pobre que teve a oportunidade de fazer uma faculdade não tem a mesma proteção que você, é o mesmo tipo de violência. Não quero diminuir aqui o seu caso, de maneira alguma, só quero fazer uma comparação. Poxa, vamos levar ajuda para as Universidades, para os estudantes, dentro da OAB gente, elas não tem a quem recorrer nem onde e quando encontram quem ajuda, é apenas dentro da técnica que é protocolando uma ação”, disse.

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De acordo com Thaysa, ações isoladas como distribuição de moções, homenagens e demais feitos não faz com que o número de vítimas diminua e, por isso, vê a necessidade de que todos os representantes sentem em uma mesa e se comprometam a tomar atitudes coordenadas. “Gente, a coisa é seria, isso é pior do que pandemia, ta matando todo mundo, principalmente mulheres, advogadas, estudantes de direito, mulheres que estão tentando chegar no poder. Ações isoladas não vão ajudar, vai morrer muita gente ainda, mas não iremos desistir”.

A audiência contou com a presença de alguns vereadores como, Michelly Alencar, Maysa Leão e Rogério Varanda, famílias de vítimas que fizeram relatos sobre seus casos, a delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM), Jozirlethe Magalhães Criveletto, a promotora do Núcleo de Violência Doméstica, Gileade Pereira Souza, a defensora pública Rosana Leite e a secretária municipal da Mulher, Cely Almeida e a secretária adjunta da Secretaria Municipal da Mulher, Elis Regina Prates.

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