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700 PESSOAS REUNIDAS

Caminhada contra o feminicídio gerou comoção e propõe a reflexão

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Emanoele Daiane

Domingas, Josiane, Fernanda, Maria Ivanilda, Ana Paula, Emilly, Maria, Silvana, Inês, Joyce, Aline se fizeram presentes durante a Caminhada ‘Cuiabá contra o Feminicídio’ realizada na tarde desta sexta-feira (1), na Praça Alencastro, região central da capital. Balões com o nome de vítimas de femicídios foram usados como uma homenagem a elas e gerou muita comoção durante a iniciativa realizada pela Prefeitura de Cuiabá, por meio do Núcleo à primeira-dama Marcia Pinheiro e Secretaria da Mulher, que reuniu cerca de 700 pessoas.

A chamada nominal foi uma forma de chamar a atenção de que as notícias são reais e a mudança é urgente.

Luani Eduarda sabe bem o que é sentir a dor de ter alguém que amava ser arrancado de sua vida. Há pouco mais de um ano, sua tia, a quem considerava como mãe, Aline, foi assassinada.

“Ainda não consigo falar sobre isso. Quando fecho os olhos e lembro da minha tia, ainda dói. Dói em saber que ele está livre e minha tia não se faz mais presente”, disse a jovem emocionada e revoltada.

Ela aproveitou o ato público e reforçou o chamado à população. “Você que tem um parceiro tóxico, que tira a sua liberdade e vontade de qualquer coisa: denuncie, peça ajuda. Já vi, muitas mulheres morrendo. É algo que comove o meu coração, saber que muitas não conseguem falar. Vivem aprisionadas”, acrescentou.

Ao ver a movimentação na Praça Alencastro, Talita Carla da Silva Mastelari, 32 anos, se comoveu. Ela conta que se divorciou em janeiro desse ano e disse estar liberta de um marido narcisista. Ela conta que, foram dois anos de intensos dias de pesadelo. “As agressões físicas não foram tantas. O abuso psicológico é horrível. Tive que parar de trabalhar, ele não me deixava sair de casa. Não podia usar as roupas que eu queria. Quando a gente namorava, ele era um príncipe. Era o melhor homem que podia existir. Mas o narcisista é isso. Só quem passou por isso entende a importância desse ato. A Prefeitura de Cuiabá está de parabéns. Isso é de extrema importância. Essa bandeira branca é sinônimo da minha liberdade”, contou emocionada.

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Só no primeiro semestre de 2023, foram dezoito mulheres assassinadas. Dessas, quatro eram de Cuiabá. “O crime de feminicídio não mata só a vítima, mas uma família inteira, e toda sociedade fica perplexa com tamanha crueldade. Batalhar com políticas públicas ao combate da violência deve ser uma luta de todos, para que de fato elas sejam eficazes. O poder público e a sociedade precisam se conscientizar de que precisamos nos manter vigilantes e combatentes. O Município, na gestão do nosso prefeito Emanuel Pinheiro, tem trabalhado incansavelmente na adoção de medidas de acolhimento e cuidados com essas mulheres e famílias atingidas. Precisamos mostrar que nós mulheres, não estamos sozinhas. Podemos e devemos pedir socorro”, declarou a primeira-dama, Márcia Pinheiro.

Para Rosana Leite Antunes de Barros, defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa das Mulheres da Defensoria Pública, “a violência contra as mulheres não se limita ao âmbito doméstico, ela tem um impacto que se estende a todos os setores da sociedade. Infelizmente, o feminicídio é um crime que pode ser evitado, mas, lamentavelmente, não tem sido devidamente prevenido. Portanto, é crucial que tomemos medidas significativas para impedir que as mulheres se tornem vítimas fáceis dessas situações. Isso envolve a implementação de ações eficazes e políticas públicas afirmativas. Dessa forma, podemos oferecer às mulheres uma chance maior de liberdade e vida”.

No total, o percurso da caminhada foi de aproximadamente 1,3 quilômetro, com início na Praça Alencastro, seguindo pela rua Treze de Junho – Praça Ipiranga – Praça Bispo- Getúlio Vargas e retornando para o ponto de partida, a Praça Alencastro.

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