A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de Mato Grosso (SINDEPO-MT), delegada da Polícia Civil, Maria Alice Amorim, comentou a Operação Fake Delivery, deflagrada pela Especializada em Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz), na manhã dessa segunda-feira (19), em que um dos alvos da batida policial foi a residência da deputada federal Rosa Neide (PT).
” Eu vejo que pra você avaliar a questão do abuso de autoridade, você tem que conhecer os autos. No dia que acontece uma operação, sem que haja acesso aos autos, as informações que nortearam a conduta da polícia, eu não estou dizendo a ninguém em específico, mas antes de se conhecer a motivação da conduta, é temerário e um pouco precipitado definir como abuso de autoridade”, disse Amorim antes do ato público realizado em frente à Assembleia Legislativa do Estado com entidades, MPE, MPF, PJC, PF, Amam, PM, entre outras, que criticam projeto de Lei aprovado pelo Congresso Nacional, que trata sobre Abuso de Autoridade.
Sobre a Operação da Defaz, Rosa Neide disse, ontem (19), em entrevista à imprensa, que está tranquila, mas criticou a pirotecnia da Defaz.
Em nota, o PT nacional criticou de forma dura a ação da PJC, uma vez que a parlamentar não foi indiciada e não se recusou a colaborar com as investigações.
Em outra parte do comunicado, o partido afirma que a Defaz agiu de forma abusiva, arbitrária e com finalidades políticas.
“Todo o Brasil acompanhou nos últimos anos a escalada de arbitrariedades da Operação Lava Jato, sempre a partir de operações espetaculares para gerar manchetes e condenações prévias, perante a opinião pública, de pessoas que eram alvos políticos dos procuradores e do juiz Sergio Moro”, diz trecho da nota.
A operação Fake Delivery investiga aquisição de materiais destinados a escolas indígenas, em 2014, época em que Rosa Neide era titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT).
De acordo com a polícia, dos R$ 2 milhões de materiais comprados pela Seduc, apenas R$ 850 mil, teriam sido distribuídos pelo setor de estoque da pasta, a Defaz tenta recuperar R$ 1.134.000,00.
Segundo com os delegados responsáveis pela ação, Luiz Henrique Damasceno e Lindomar Tofoli, a petista aparece nas investigações porque uma das testemunhas do caso, cita o nome dela como a pessoa que teria determinado a compra dos materiais escolares.
Na operação, Polícia Civil também cumpriu o mandado de prisão do ex-secretário Adjunto de Administração Sistêmica, Francisvaldo Pereira de Assunção.
Ele foi preso com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Posto Gil, município de Diamantino (183 km de Cuiabá).