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OURO DE TOLO

Advogado revela bastidores de Operação do Gaeco que terminou com prisão de primeira-dama em MT

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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O advogado Ulisses Rabaneda, em entrevista ao Mato Grosso Mais, revelou que pediu a então juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, hoje senadora cassada, que anulasse as provas colhidas em celulares que foram grampeados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco – de pessoas próximas à primeira-dama do Estado, Roseli Barbosa.

Segundo Rabaneda, em torno de seis aparelhos foram monitorados, sendo que só um deles seria da mulher do então governador Silval Barbosa, no ano de 2015, quando foi deflagrada a Operação Ouro de Tolo e Roseli acabou sendo presa, em São Paulo, acusada de desviar recursos da Secretaria de Assistência Social – Setas.

“…nós percebemos que nas interceptações telefônicas, que foram feitas naquele caso, apesar de apenas a Roseli ser investigada, foi interceptado telefones de pessoas próximas a elas, que não eram investigadas, como se esses telefones pertencessem a ela, então, isso aconteceu com Silval com os filhos deles. Esses telefones são da Roseli, mas não eram da Roseli, da Roseli era apenas um…”.

Para Rabaneda, as provas colhidas desses outros aparelhos não teriam validade, porque os celulares não seriam da primeira-dama, mas de pessoas próximas.

O advogado relatou que teve o pedido negado por Selma Arruda. A magistrada, segundo o defensor, argumentou que ouviu o Ministério Público, na época, e entendeu ser regular esse tipo de interceptação.

Em julho d e2017, Selma Arruda explicou ter autorizado as interceptações dos telefones da família Barbosa porque o Gaeco justificou que a primeira-dama faria uso dos números.

“É comum que um juiz receba pedidos com inclusão de mais de um número que a pessoa usa. Até porque quem está cometendo um delito não usa o próprio telefone”, afirmou Selma Arruda, em entrevista à Rádio Capital FM.

A prisão de Roseli Barbosa ocorreu no dia 20 de agosto de 2015, no apartamento da família Barbosa, na capital paulista.

De acordo com a investigação, Roseli Barbosa era suspeita de liderar, supostamente, um esquema que teria desviado R$ 8 milhões dos cofres públicos, entre 2011 e 2014, período em que ficou à frente da Setas.

OPERAÇÃO ANULADA

Em agosto de 2016, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso anulou, parcialmente, a Operação Ouro de Tolo após acolher um pedido de ação de suspeição protocolada pela defesa da ex-primeira-dama Roseli Barbosa.

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