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ALMT - Posto TRE - Abril

NA CAPITAL

Mulheres fazem protesto em Cuiabá e pedem justiça por Mari Ferrer

Cerca de 70 pessoas foram até as ruas de Cuiabá, neste sábado (7), para protestar contra a audiência que absolveu o empresário André de Camargo Aranha da acusação de estupro feita pela blogueira Mariana Ferrer, em Santa Catarina.

O ato, chamado ‘Na rua por Mari Ferrer e por todas nós’, reuniu cerca de 70 mulheres de diversos movimentos e entidades em frente a Praça Alencastro, no Centro de Cuiabá

O tratamento recebido pela jovem durante o julgamento provocou indignação na população.Protesto pede justiça por Mari Ferrer em Cuiabá — Foto: Coletivo Mulheres Resistem MT

De acordo com a Patrícia Acs, representante do Coletivo Mulheres Resistem MT, o objetivo do protesto deste sábado, que se insere no movimento nacional, é denunciar o desrespeito sofrido pela blogueira no julgamento e pedir justiça por ela e por todas as mulheres.

“O caso é importante porque é uma prova concreta do que acontece com as vítimas de estupro e violência. As mulheres acabam passando por todo um processo de julgamento, na medida em que a vítima é acusada e julgada por qualquer tipo de comportamento, desde o tipo de roupa que ela usa até a sociabilidade que ela estabelece em suas amizades”, afirma.

Ela também defende que há uma inversão no processo.

“O julgamento, que deveria ser do estuprador, se transforma em julgamento da vítima”, afirma.

Patrícia afirma que o debate vai além do caso de Mariana Ferrer, pois este não é um caso isolado.

“A prática que o advogado de defesa do André Aranha teve é uma postura que muitos advogados destes casos usam. É importante debater o assunto para exigir que a Justiça coloque limites e critérios nas práticas de defesa. São posturas machistas e que vão continuar reproduzindo a visão da sociedade de que a mulher é culpada pelo estupro, pela violência”, explica.

Movimento pede justiça por Mari Ferrer e todas as mulheres — Foto: Coletivo Mulheres Resistem MT

De acordo com a representante do movimento, o pedido é por justiça em todo o processo e não apenas na decisão final do julgamento.

“Desde quando a mulher chega em uma delegacia da Mulher para fazer uma denúncia é preciso ter preparo e acolhimento. Isso muitas vezes não acontece. O caso nos indignou, porque ao vermos Mariana ser atacada como foi, humilhada como foi, todas nós sentimos e nos colocamos no lugar dela”, diz.

Entre os as entidades envolvidas no protesto deste sábado estavam presentes o Frente Mulheres na Luta MT, Mulheres do Hip Hop, Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, Coletivo Sinop Para Elas e Coletivo de Mulheres do Sintep. Também estavam presentes professores e alunos de escolas da capital.

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