A confusão foi geral na Câmara Municipal de Cuiabá, gritos, protestos, palavras de ordem e contestações caracterizam a manhã desta quinta-feira (4), que começou com os ânimos a flor da pele entre os parlamentares. O clímax se fez quando o presidente Juca do Guaraná (MDB) chamou a vereadora Michelly Alencar (DEM) de ‘histérica’ e de criança, após várias investidas da parlamentar em ter o poder de fala.

O clima tenso circulava pelos ares da Casa de Leis cuiabana, vereadores de oposição e presidência vinham se estranhando, mas o ápice aconteceu após a fala do vereador Sargento Vidal (Pros), o qual inteirou os membros da casa sobre uma postagem da vereadora. Michelly sentiu-se ofendida e pediu o lugar de fala, no entanto, ele foi recusado pelo presidente. Diante da negativa e tentativa de prosseguir com a sessão por parte de Juca, a parlamentar e outros vereadores iniciaram um bate-boca.

“Além de me silenciar, o presidente, com o microfone ligado me ofendeu como mulher. Pela primeira vez, nesses dez meses de mandato, 11 meses agora em novembro eu fui ofendida como mulher. Ele disse, você pare de histeria, você está parecendo uma mulherzinha histérica que perdeu o doce, me respeite“, disse a vereadora em coletiva.

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A desordem foi tão grande que resultou no cancelamento da sessão. Vereadores como Marcos Paccola (Cidadania), Diego Guimarães (Cidadania) e Dilemário Alencar (Podemos) saíram aos berros do plenário. Passado o calor do momento, Juca do Guaraná pediu desculpas pelo ocorrido com Michelly.

“É foi no calor, eu quero até pedir desculpa para ela se ela se sentiu ofendida com essa forma que falei, por que assim, no calor do debate, uma sessão bastante diferente para esta casa“, ponderou.

Por outro lado, afirmou que a vereadora não tinha direito a fala, uma vez que ela de fato foi citada por Vidal, todavia, de acordo com a interpretação do presidente a fala do vereador não feriu a honra da parlamentar, assim como prevê o artigo 140º.

“Infelizmente teve um tumulto né, por parte dos vereadores, mas infelizmente a sessão partiu para um lado ruim, e a Michelly Alencar ela alegou que foi ofendida a honra e não foi, porque aqui (regimento interno da Assembleia Legislativa Art. 140º) que ela não tinha direito de resposta. O artigo 140 é muito claro“, declarou o emedebista.

De acordo com o artigo, são previstos 03 (três) minutos, em qualquer momento da sessão, para o vereador que for citado nominalmente e atingido em sua honra. Já sobre o cancelamento da sessão, a vereadora insinuou que pode se tratar de uma manobra e novamente defendeu seu ponto de vista.

“Ele simplesmente cancelou, uma sessão importante como hoje, de extrema relevância. Nós iríamos votar a abertura da comissão processante. Ele encerrou, se isso foi manobra ou não, eu não sei. Agora ele convocou uma sessão extraordinária para a segunda-feira às nove da manhã. Agora a vereadora Michelly Alencar, em nenhum momento quis tumultuar, mas direito, é direito“, finaliza.

A sessão extraordinária acontecerá na próxima segunda-feira (8), às 9h da manhã.