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LAVAGEM DE DINHEIRO

Professor e mais 23 criminosos são alvos da Polícia Civil durante operação

Christiano Antonnucci

Cerca de  R$ 6 milhões em cheques, promissórias e valores em espécie foram apreendidos pela Polícia Civil durante os cumprimentos de 14 mandados de busca e apreensão na Operação Xeque-Mate, deflagrada na última sexta-feira, 4 de novembro, contra um grupo investigado por receptação qualificada, lavagem de capitais e associação criminosa, em Sorriso (397 km de Cuiabá).

As buscas resultaram também na apreensão de armas de fogo, inclusivo um fuzil de calibre 556; anabolizantes, receituários e carimbos em nomes de profissionais de medicina. Os aparelhos celulares dos investigados passarão por extração e análise de dados.

Sete investigados, inclusive o líder da quadrilha, foram presos, e outros três foragidos são procurados pela Polícia Civil. As prisões preventivas foram decretadas pela 2.ª Vara Criminal da Comarca de Sorriso. Além dos 24 mandados de buscas e de prisões, a operação incluiu ainda o afastamento de sigilo telemático e sequestro de bens dos envolvidos.

A investigação apurou que no período de pouco mais de três anos, a quadrilha movimentou quantias equivalentes a R$ 70 milhões para diluir produtos originados de ações de roubo e furto de defensivos agrícolas.

Atuação dos envolvidos

Durante o trabalho investigativo, identificou o modo de atuação da quadrilha armada que agia em diversas frentes criminosas. Enquanto quatro integrantes atuavam na receptação de defensivos agrícolas e cargas de soja, outra parte da quadrilha era responsável pela lavagem de capitais, incluindo a venda e revenda de automóveis.

Um dos integrantes do esquema criminoso trabalha como professor de ensino básico e na declaração dele à Receita Federal, o rendimento bruto do profissional informado foi de R$ 10 mil mensais. Contudo, em nome do professor, a investigação constatou que, no período de 38 meses ele, foram creditados em suas contas bancárias quase R$ 7 milhões. Ou seja, o rendimento mensal real dele seria de, aproximadamente, R$ 175 mil, o que foi comprovado ser oriundo de diversas fontes ilícitas, sendo uma delas o comércio ilegal de defensivos agrícolas roubados.

Uma revenda de veículos no município era a principal fonte de lavagem de capitais da quadrilha, com a compra e venda de automóveis de luxo. Apesar de os veículos serem registrados em nome de terceiros, o líder da quadrilha mantinha a posse até que fossem revendidos pela empresa.

A investigação demonstrou ainda que as transações financeiras da revenda de veículos demonstraram uma desproporção entre o valor faturado pela empresa e o valor movimentado em suas contas, que chegou a R$ 55,767 milhões.

Outras movimentações milionárias

Um dos investigados trabalhava em uma farmácia e tinha como rendimento mensal declarado o salário de R$ 2.400,00. Porém, ele movimentou em suas contas bancárias a quantia de R$ 1,446 e reside em um imóvel no valor de 500 mil reais.

Outra atividade utilizada pelo grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era a compra e venda de joias. O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e diamantes tornou atrativa a atividade para esquentar os ativos da quadrilha. Um dos integrantes fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda, especificamente para traficantes.

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