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SHEILA KLENER

Áreas de risco, o que são? Podemos evitar?

SHEILA KLENER

Através de uma das piores tragédias vividas pelo povo do rio Grande do Sul, retomamos a discussão sobre áreas de risco. Esse tema foi muito discutido em Mato Grosso, no início deste ano, por conta dos problemas ocorridos na MT 251, Rodovia Emanuel Pinheiro, especificamente no trecho conhecido como “Portão do Inferno”.

Mas o que são ÁREAS DE RISCO?

As áreas de risco são regiões geográficas ou espaços urbanos que apresentam condições ou características que aumentam a probabilidade de ocorrência de eventos adversos, como desastres naturais, acidentes industriais, ou problemas sociais como a violência urbana. Essas áreas podem ser identificadas através de diversos fatores, tais como geologia, topografia, clima, vulnerabilidade social, entre outros.

Um dos tipos mais comuns de áreas de risco são aquelas suscetíveis a desastres naturais, como inundações, deslizamentos de terra, terremotos, furacões, tsunamis e secas. Por exemplo, regiões costeiras estão mais sujeitas a eventos como furacões e tsunamis, enquanto áreas montanhosas podem ser propensas a deslizamentos de terra e avalanches.

A gestão de áreas de risco é fundamental para reduzir os impactos negativos desses eventos adversos sobre as populações e os recursos. Isso envolve a implementação de medidas preventivas, como o zoneamento adequado do uso do solo, a construção de infraestruturas resilientes, o desenvolvimento de planos de evacuação e resposta a emergências, além de programas de conscientização pública e educação sobre segurança.

No entanto, apesar dos esforços de mitigação, as áreas de risco continuarão a representar desafios significativos, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e crescimento urbano desordenado. Portanto, é essencial adotar abordagens integradas e sustentáveis para promover a resiliência e a segurança das comunidades que vivem nessas regiões vulneráveis.

O Serviço Geológico do Brasil, mapeou em todo o país até o momento aproximadamente 4 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco. Foram mapeadas 13 mil áreas consideradas de risco, sendo 4 mil áreas classificadas como risco muito alto. Esse levantamento, serve como base para que o governo desenvolva ações para prevenir ou atenuar os riscos presentes, no entanto uma política forte de Defesa Civil, que é o órgão que responde imediatamente a emergência em áreas de risco, ainda não foi colocada em prática.

Os Estados mais propensos são Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

As construções em áreas de risco, no Brasil, são consequências de diversos fenômenos, como a ausência de políticas públicas que delimitam de forma mais ordenada o crescimento das cidades, além do fato de as moradias estarem, cada vez mais, em áreas suscetíveis a desastres naturais, como em encostas de rios e morros.

Como evitar construções desordenadas em áreas de risco? Para evitar que pessoas ocupem área de risco, um dos instrumentos são os Planos Diretores municipais, que é um instrumento de planejamento básico da política de desenvolvimento urbano. Nesse Plano Diretor, ficarão claras as áreas susceptíveis os desastres naturais tais como inundações, deslizamentos, escorregamentos e outros processos geológicos hidrológicos

Sheila Klener é geóloga e servidora pública

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