ALMT - Posto TRE - Abril

AMMP diz que afirmações de juiz sobre prisão de promotores é leviana

A Associação Mato-grossense do Ministério Público (AMMP) classificou como uma “leviana e superficial apreciação dos fatos”, as afirmações do presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam), Tiago Abreu, sobre uma suposta prisão em massa de promotores em Mato Grosso. O comunicado foi feito em uma nota emitida nesta sexta-feira (09), sob a presidência do promotor de Justiça, Roberto Turin.

A nota também diz que a conduta do magistrado é uma situação “tipica de difamação e calúnia”.

“Reafirmamos nossa confiança e reconhecimento no trabalho realizado pelo Gaego na obtenção de provas, de forma legal e eficiente, em diversas investigações e operações complexas empreendidas contra redes de organizações criminosas que surrupiaram milhões dos cofres públicos”, diz trecho do comunicado.

A reposta da AMMP veio após site Correio Braziliense, revelar na última quinta-feira (08), que em um áudio enviado por Abreu a um colega em Brasília, ele prevê a prisão em massa de promotores do Ministério Público Estadual, por conta de investigações sobre membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

“Acredito que, aqui no Mato Grosso, com todo o aparato e a investigação que está ocorrendo, nós vamos desbaratar essa, entre aspas, organização criminosa que se instalou no Gaeco estadual. Porque foi utilizado, e está mais do que comprovado com os depoimentos que já foram colhidos, que foi utilizado o aparato institucional para fazer perseguição política”, relata o presidente da Amam no áudio. “Isso aqui está bem próximo de ser descortinado e a gente ter a primeira prisão em massa de promotores de justiça. Até uma forma de a gente dar uma lição para o nosso país”, afirma Abreu.

Conforme a reportagem do Correio, na mensagem enviada, Abreu também chama a senadora juíza Selma Arruda (PSL) de “antiética” e que uma organização criminosa se instalou no MPE.

A fala é uma resposta a duras críticas que Selma fez às investigações sobre o Gaeco de MT, que apura a participação de membros do MPE no esquema de escutas ilegais, que veio à tona após o reinterrogatório do cabo PM Gérson Corrêa na Décima Primeira Vara da Justiça Militar, no dia 17 de julho.

Segundo o militar, o Gaeco de Mato Grosso utilizou, em várias operações, barriga de aluguel, quando o número de telefone celular de uma pessoa, que não é alvo de investigação, passa a ser bisbilhotado.

Confira a íntegra do comunicado da Associação Mato-grossense do Ministério Público:

NOTA PÚBLICA
A ASSOCIAÇÃO MATO-GROSSENSE DO MINISTÉRIO PÚBLICO (AMMP), em razão das recentes matérias divulgadas nos órgãos de imprensa nacional e de Mato Grosso, de suposto áudio atribuído ao Juiz Tiago Abreu, Presidente da AMAM, onde (i) imputa o envolvimento de Promotores e Procuradores de Justiça no esquema de interceptações irregulares de telefones,; (ii) acusa o GAECO de compor uma organização criminosa; e (iii) conjectura a prisão em massa de Membros do Ministério Público de Mato Grosso, cumpre repudiar com veemência o conteúdo das falas divulgadas e esclarecer a sociedade para os seguintes fatos:

1 – Se verdadeiras, as afirmações atribuídas ao Juiz Tiago Abreu, Presidente da AMAM, expõe não só uma leviana e superficial apreciação dos fatos como também um inaceitável ultraje a todos os Membros do Ministério Público de Mato Grosso, além eventual prática de condutas típicas de difamação e calúnia.

2. Reiteramos nossa confiança no Poder Judiciário como instituição e, até prova em contrário, acreditamos também na juridicidade e licitude dos atos de seus membros no exercício da Jurisdição, por isso é absolutamente indigna de crédito e merece total repúdio a insinuação de que, na surdina, à margem da ética e do devido processo legal, estaria sendo articulada, uma ilegal, arbitrária, desarrazoada, injusta e imoral prisão em massa de Promotores de Justiça no Estado de Mato Grosso.

3 – Reafirmamos nossa confiança e reconhecimento no trabalho realizado pelo GAECO na obtenção de provas, de forma legal e eficiente, em diversas investigações e operações complexas empreendidas contra redes de organizações criminosas que surrupiaram milhões dos cofres públicos.

O GAECO sempre combateu as organizações criminosas sendo absolutamente descabida e infundada a afirmação de que o grupo seria parte integrante de uma delas.

4 – Os valores que inspiram o Ministério Público compreendem o Direito como origem do ideal civilizatório. A causa que move seus integrantes é a defesa do regime democrático, da ordem jurídica e dos interesses superiores da sociedade, não se admitindo interna e externamente transgressão a esses preceitos.

5 – A AMMP apoia a apuração rigorosa e integral de todos os fatos citados nesse triste episódio denominado popularmente como GRAMPOLANDIA, reafirmando, até efetiva comprovação de qualquer conduta ilícita, sua plena confiança na lisura da conduta dos Promotores e Procuradores de Justiça que integraram o Ministério Público do Estado de Mato Grosso.

Direção da AMMP Gestão Atitude e Participação

Veja Mais

Deixe seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *