Petrovic, Varejão e defesa: os fatores para o Brasil vencer a Grécia

O Brasil surpreendeu e venceu a Grécia pela segunda rodada do Grupo F da Copa do Mundo. Mas, se torcedores no ginásio, nas redes sociais e no mundo inteiro ficaram surpresos com o triunfo brasileiro, na comissão técnica e no elenco ninguém viu da mesma forma. Amparados pelo discurso do técnico Aleksandar Petrovic, todos acreditavam na vitória. E trabalharam por quase dois meses para essa partida. Em Nanquim, na vitória que valeu a classificação para a segunda fase da Copa do Mundo, a seleção teve méritos e alguns fatores foram primordiais.

Varejão e Leandrinho celebram a vitória sobre a Grécia — Foto: REUTERS/Edgar Su
Varejão e Leandrinho celebram a vitória sobre a Grécia — Foto: REUTERS/Edgar Su

O GloboEsporte.com levantou sete fatores que levaram o Brasil ao triunfo. Na próxima quinta-feira, às 5h da manhã, já classificado para a segunda fase, o Brasil encara Montenegro em Nanquim para fechar em primeiro lugar do Grupo F. O SportV 2 transmite ao vivo e o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.

1 – Marcação sobre Giannis Antetokounmpo

No pré-olímpico para o Rio 2016, o técnico Aleksandar Petrovic, então comandante da Croácia, enfrentou a Grécia com Giannis Antetokounmpo. E venceu, tirando os gregos do torneio no Rio. Assim que a Grécia saiu no grupo da seleção, no sorteio, Petrovic garantiu que sabia o caminho para vencê-lo. E assim foi. O Brasil fechou o garrafão para Giannis com vários jogadores: Alex, Varejão, Caboclo, Marquinhos em algumas trocas e até Rafa Luz.

Antetokounmpo foi praticamente anulado pela seleção brasileira — Foto: Divulgação/FIBA
Antetokounmpo foi praticamente anulado pela seleção brasileira — Foto: Divulgação/FIBA

Giannis teve dificuldades, bateu para dentro algumas bolas e até cravou. Mas nunca esteve confortável. Tanto é que o jogador, atual MVP da NBA, deixou a partida com cinco faltas no finzinho do último quarto. Petrovic deu para ele todo o espaço fora do garrafão, mas sempre o fechou com três atletas ali dentro, o que lhe obrigou a buscar saídas que nem sempre funcionaram. O grego terminou com 13 pontos e quatro rebotes, abaixo das expectativas.

2 – A partida monstruosa de Anderson Varejão

Anderson Varejão talvez tenha feito a sua melhor partida pela seleção brasileira. O pivô de 36 anos apareceu no ataque e na defesa. Conseguiu por exemplo uma falta ofensiva para cima de Antetokounmpo. Não bastasse o desempenho na defesa, no ataque Anderson foi preciso do início ao fim. Foram floaters, bandejas e lances livres que terminaram em 22 pontos, nove rebotes, duas assistências e ainda um roubo de bola. O desempenho deu a Anderson Varejão o prêmio de melhor em quadra em um jogo onde tudo estava pronto para Giannis Antetokounmpo.

3 – A segurança emocional

O Brasil venceu o jogo, mas passou por bons bocados. Em determinado momento no segundo quarto, a Grécia chegou a colocar 17 pontos de frente. Mas a seleção conseguiu manter a cabeça no lugar ainda neste momento. Sem se perder ou se afobar, a equipe começou a buscar a diferença ainda no segundo quarto, quando conseguiu baixar para dez pontos, indo para o intervalo perdendo por 40 a 30, o que manteve vivas as chances para a sequência do duelo. Portanto, a capacidade de manter os nervos no lugar no pior momento foi um diferencial e tanto.

4 – Os dois minutos mágicos

Na volta para o terceiro período, a seleção brasileira teve dois minutos mágicos. Ali, não só tirou os dez pontos da Grécia como também conseguiu passar à frente para não sair mais. Foram tocos, roubadas de bola, uma defesa agressiva com Alex, Luz e Varejão que fez com que os gregos perdessem o fôlego ofensivo de até então. Até mesmo Giannis se viu em uma enrascada. Ao buscar a diferença em tão pouco tempo, o Brasil não só viu que era possível vencer, como ganhou um quarto inteiro para decidir sem desespero.

5 – O papel de Caboclo

Anderson Varejão foi o cestinha com 22 pontos. Alex foi uma fortaleza na defesa e ainda anotou 13 pontos. Marquinhos deixou 15, com dois tocos. E Leandrinho marcou 13. Mas Bruno Caboclo, ainda jovem e estreando em Copas do Mundo, também foi fundamental. O ala-pivô marcou oito pontos e pegou dez rebotes. E fez um papel quase invisível nas estatísticas. Leu muito bem os bloqueios, incomodou Antetokounmpo com sua envergadura e energia, e mostrou estar muito mais amadurecido e pronto para o desafio de não ser apenas um coadjuvante no Brasil.

Caboclo jogou demais! Deu toco até em Antetokounmpo — Foto: REUTERS/Edgar SuCaboclo jogou demais! Deu toco até em Antetokounmpo — Foto: REUTERS/Edgar Su

Caboclo jogou demais! Deu toco até em Antetokounmpo — Foto: REUTERS/Edgar Su

6 – O poder do conjunto

O Brasil não pertence apenas a um jogador. Ok, a Grécia também tinha Calathes, Sloukas, Papagiannis, Pritenzis… Mas o conjunto brasileiro funcionou muito melhor. Jogadores importantes e de uma geração que até aqui, eles confessam, ainda fica devendo pela qualidade que tem, foi perfeita. Alex, Varejão, Marquinhos e Leandrinho combinaram para 63 dos 79 pontos do Brasil. Ou seja. Assim como no jogo contra a Nova Zelândia, o desafogo financeiro não ficou em apenas um atleta. Todos tiveram o seu momento de brilho no decorrer dos 40 minutos.

7 – A confiança de Petrovic

Aleksandar Petrovic nunca duvidou que seria possível vencer a Grécia de Antetokounmpo. E o treinador falou isso desde as primeiras entrevistas, ainda em maio. A energia contagiante do croata contagiou o time brasileiro. Desde a chegada na China, passando por Gangzhou, era possível perceber que os jogadores embarcaram no discurso do técnico e nas suas ideias. Ele fez os brasileiros acreditarem que era possível vencer a Grécia. E no jogo desta terça-feira, Petrovic soube ler muito bem o jogo, fora quando os gregos abriram 17 pontos, mantendo a seleção sempre com um quinteto que funcionava.

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