DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
[email protected]
A adolescente que disparou o tiro que matou Isabele Ramos, 14 anos, deve ser encaminhada a uma unidade do sistema socioeducativo na manhã de quarta-feira (16), onde passará a cumprir internação provisória decretada pela Justiça. A jovem passou a noite desta terça-feira (15), na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).
O pedido de apreensão foi determinado pela juíza Cristiane Padim da Silva, da 2ª Vara da Infância e da Juventude, devido ao não comparecimento da garota à audiência, realizada nesta tarde de terça-feira, 15 de setembro.
A adolescente se entregou por volta das 20h30 de terça. Ela chegou na Delegacia em um Corolla branco, acompanhada de seu advogado, Artur Osti. Ela é a principal suspeita de ter matado sua amiga, Isabele Ramos Guimarães, no dia 12 de julho, em sua casa, situada no condomínio de luxo Alphaville I, em Cuiabá.
O crime
A autora do disparo alegou que o crime foi fruto de um acidente, após o case da arma cair de suas mãos. Contudo, as alegações foram rechaçadas pelo laudo técnico da perícia, que apontou que o atirador ficou frente a frente com a vítima e que precisou engatilhar e disparar a arma.
O inquérito foi concluído no dia 02 de setembro, 50 dias após o crime. As investigações foram coordenadas pelas Delegacias Especializadas do Adolescente (DEA) e da Deddica.
A polícia indiciou o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, por homicídio culposo, por permitir que a filha pegasse a arma, o que acabou resultando na morte de Isabele; posse ilegal de arma de fogo, ao ter permitido que o namorado da filha deixasse a arma em sua casa; fraude processual, por ter alterado a cena do crime; e entregar arma para adolescente, já que pediu para a filha guardar a arma do namorado.
Ele poderá pegar até 14 anos de prisão. Já a adolescente atiradora teve o pedido de internação no sistema socioeducativo na última quinta-feira, 10.
O namorado da garota e seu pai também foram indiciados. Ele, que tem 16 anos, vai responder por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, por ter andado armado sem autorização. O pai dele, por sua vez, foi indiciado por omissão de cautela na guarda da arma de fogo, já que alegou não saber que o filho tinha pegado suas armas para levar para a casa da namorada. Ninguém está preso.