Oito pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na morte de três jovens vendedores de tapete que foram confundidos com membros de uma facção criminosa, em Cuiabá.
A informação foi divulgada nessa quinta-feira (10) pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), da Polícia Civil de Mato Grosso.
As vítimas, vendedores ambulantes de tapetes que estavam em Cuiabá há apenas uma semana, foram mortas a tiros em uma casa em outubro de 2019 no bairro Nova Esperança 3.
Os três rapazes, Davi Pereira Jesus Matos, Nicolas Rian Vaz dos Santos e Liomar Pereira Vital, haviam saído de São Paulo.
Depois de passar por Campo Grande vendendo tapetes, alugaram uma casa no Nova Esperança, junto com outras pessoas, para ficar enquanto trabalhariam na cidade.
Os jovens foram executados por integrantes de uma facção criminosa, que julgaram que as vítimas fariam parte de um grupo rival com forte atuação no estado de São Paulo.
O trabalho investigativo e complexo para esclarecer as mortes durou pouco mais de um ano, com dezenas de diligências, depoimentos, apuração de elementos informativos para chegar à fundamentação do caso, que desvendou o envolvimento de diversas pessoas, com passagens criminosas, inclusive algumas delas implicadas em outro homicídio ocorrido em julho de 2019, na mesma região.
A investigação sobre os crimes envolveu as equipes dos delegados Fausto Freitas, Caio Fernando Albuquerque e Mário Roberto Santiago Jr.
O delegado titular da DHPP, Fausto Freitas, explica que a investigação do triplo homicídio, que foi iniciada por ele em 2019, apurou que os três jovens foram confundidos como integrantes de uma facção rival.
Dias antes do crime, os três foram levados pelo grupo criminoso a uma casa onde tiveram os aparelhos celulares vistoriados e foram interrogados em uma espécie de ‘tribunal’.
De acordo com o delegado Mário Santiago, poderia ter havido mais vítimas no dia da execução dos três rapazes, pois na casa estavam morando mais cinco jovens, que não estavam no local no momento do crime.
A investigação apontou que os três jovens foram interrogados por um grupo grande, aproximadamente 15 pessoas armadas. Já no dia da execução, foi identificada a participação de quatro pessoas que chegaram na casa e fizeram diversos disparos.
Quatro investigados pelo triplo homicídio foram presos na Capital e encaminhados à unidade prisional do Capão Grande, em Várzea Grande.
Já outros quatro investigados tiveram os mandados cumpridos na Penitenciária Central do Estado, onde já estavam presos desde o início de novembro deste ano após ação deflagrada pela DHPP para prender os envolvidos em outro homicídio que vitimou Diego Gomes Vilela, no bairro Jardim Industriário, também em Cuiabá.
A partir dos elementos deste caso foram apurados indícios que ligaram a atuação do grupo criminoso com as mortes dos jovens vendedores de tapetes.