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ALMT - Posto TRE - Abril

DIA DA ANTA

Sobrevivente de incêndio no Pantanal ainda passa por reabilitação

Reprodução/Ampara Silvestre

O ‘Tião’ – uma anta sobrevivente do maior incêndio no Pantanal há dois anos -, ainda passa por reabilitação após ter as quatro patas queimadas pelo fogo. Desde que foi resgatado, ainda filhote, o animal iniciou um tratamento para conseguir voltar a viver na natureza.

A anta e outro filhote foram resgatadas com no dia 12 de setembro de 2020 após as mães delas morrerem no incêndio. Tião e Jabuticaba estavam com desidratação e desnutrição severa quando foram encontrados e ainda passam por reabilitação.

Segundo o veterinário da anta e técnico da ONG Ampara Silvestre Jorge Salomão, Tião está respondendo bem ao tratamento, mas perdeu massa óssea em uma das patas, o que dificulta a volta para o habitat natural.

“Ele ainda está em processo de avaliação, mas demos um passo importante que foi trocá-lo para um recinto maior. Isso vai auxiliar na recuperação dele. Tião ainda tem algumas alterações nos cascos e outras lesões causados pelo incêndio”, contou.

No dia 18 deste mês, Tião foi transferido para um recinto que possui um lago maior e natural, no Parque Sesc Baía das Pedras, em Poconé, a 103 km de Cuiabá.

“O objetivo é de introduzi-lo na natureza. As patas foram muito prejudicadas e um lago maior e natural vai fortalecer a musculatura, além dele poder mergulhar e nadar”, contou.

Atualmente, o Tião está bem e é tratado diariamente por voluntários. Segundo o veterinário, ainda não há uma previsão para a anta retornar ao habitat natural.

“Agora que transferimos ele para um recinto grande, vai auxiliar no processo. Ainda estamos otimistas com a possibilidade de reintrodução, mas temos ainda pelo menos de seis meses a um ano de avaliação para podermos decidir e concluir se vai ser possível reintroduzir ou não”, disse.

Dia da Anta

Tião queimou as quatro patas no incêndio do Pantanal — Foto: Reprodução/Ampara Silvestre

Reprodução/Ampara Silvestre

Em 27 de abril é comemorado o Dia Internacional da Anta, o maior mamífero terrestre do Brasil. Elas têm um grande papel ecológico porque auxiliam na dispersão de sementes.

Em relação à alimentação, as antas ingerem entre oito e nove quilos de vegetais diariamente.

São animais muito inteligentes e de importância notável, mas que, enfrentam ameaças e correm risco de extinção.

A espécie é considerada vulnerável à ação de animais menores, como cães que acabam indo para a mata. Normalmente, os cachorros seguem o instinto natural, de brincar, correr e cercar o animal silvestre e as antas podem acabar se ferindo. Também há o risco de possíveis ataques desses animais.

Maior incêndio da história

Queimadas destroem fauna e flora no Pantanal — Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

Mayke Toscano/Secom-MT

Em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história. Incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares. 26% do bioma – uma área maior que a Bélgica – foi consumida pelo fogo. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram.

Em Mato Grosso, quase 2,2 milhões de hectares foram destruídos e, em Mato Grosso do Sul, 1,7 milhão de hectares, virou cinzas.

Estudo feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta que os incêndios no bioma afetaram pelo menos 65 milhões de animais vertebrados nativos e 4 bilhões de invertebrados.

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