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ALMT - Posto TRE - Abril

CONTORNO LESTE

Wilson visita famílias despejadas do assentamento Brasil 21

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Da assessoria

O deputado estadual Wilson Santos (PSD) visitou nesta terça-feira (12), parte das famílias que foram despejadas na manhã de ontem (11), de uma área de 16 hectares, conhecida como Brasil 21, às margens no Contorno Leste, em Cuiabá. Elas estavam no local desde o início de 2023, e saíram por mandado judicial.

Um grupo de idosos, adultos e crianças está abrigado no Centro Comunitário do bairro Jardim Fortaleza: cerca de 60 famílias de desabrigados. No local, estão alojadas em colchonetes no chão. Há água e comida doados pela comunidade.

“A gente fica comovido com toda esta situação. São pessoas que precisam de um abrigo, não tem casa e nem para onde ir. Estamos solidários à dor de toda esta gente que ainda busca um teto pra morar”, disse Ubaldo da Cruz, presidente do Fortaleza.

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A desocupação foi feita pela PM que agiu com truculência e excesso de força. Foram usados gás de efeito moral, bombas e balas de borracha contra a população.

Kaline de Carvalho Moreira, mãe de três crianças, sofreu na pele as agressões. Ela estava do lado de fora quando os tiros começaram e correu pra casa. Mas foi retirada à força.

“Estava do lado de fora. De repente, começaram (a PM) a jogar bomba, dar tiros de borracha… Corri pra dentro de casa e jogaram uma bomba de gás lá dentro. Sai correndo com minhas filhas que já estavam passando mal, babando. A única coisa que pude fazer foi molhar um pano, às pressas, e sair com um pano molhado na cara delas. Foi triste demais”.

Já Maquissuellen Pereira do Nascimento não conseguiu sair da área durante o despejo. Ela passou a noite no assentamento sem água, comida e energia elétrica que foi cortada como parte das ações de despejo.

“Foi um desespero total. Eles (PMs) não deixavam entrar água, nem comida pra gente comer. Tinha criança chorando de fome, sede, pedindo leite… Foi um desespero total. Muita gente se solidarizou com nossa luta e veio trazer comida pra gente, mas eles não deixavam entrar”, contou Maquissuleen.

Débora Cristina de Oliveira, líder do movimento de ocupação, também estava no Centro Comunitário nesta terça-feira (12). Ele reafirmou a violência praticada contra os ocupantes da área. Disse que as imagens divulgadas pelas mídias “falam por si só”.

“Quem tem um olhar mais humano, que conhece a realidade de Cuiabá e a necessidade de moradia, sabe do que estamos falando. Muitos dos policiais que usaram de força contra nós vieram de assentamentos. [..] Não estamos aqui porque queremos, mas porque precisamos”, disse Débora.

Sobre as informações que circularam falando sobre um a possível tentativa de suicídio, Débora explicou que foi real. Uma mulher que se desesperou por perder a neta no meio da confusão atentou contra a própria vida.

“Foi uma tentativa diante de tudo o que aconteceu. Na hora que os policiais começaram a atirar contra nós, ela perdeu a neta de 6 anos no meio daquela multidão e se desesperou: – O que vou dizer pra minha filha, vou ter que me matar agora!? Já tô perdendo minha casa, meus móveis, minha dignidade. Sou uma trabalhadora e estou apanhando na cara de polícia como se fosse bandida. O que me resta? Agora ainda vou ter que prestar conta da minha neta à minha filha”, contou Débora.

O deputado Wilson Santos (PSD) disse aos desabrigados que nesta segunda-feira (11), participou de uma mesa de negociação da qual participaram também o deputado estadual Valdir Barranco (PT), MTPar, a ex-deputada federal Professora Rosa Neide e o vice-governador Otaviano Pivetta, além do dono a área ocupada.

“Nos reunimos para tentar achar uma solução. Conversei com o dono da área, seu Derly, que já disse que aceita vender as terras. Sugerimos que o estado ou o município de Cuiabá faça a desapropriação por interesse social para construção e moradias, comprando a área do proprietário. O vice-governador sinalizou que o estado tem dinheiro em caixa e crédito para subsídio na compra de terrenos ou imóveis por parte dos contribuintes. Acredito que vamos conseguir avançar nas negociações. Nesse caso, o Poder Público adquire o terreno, a Caixa Econômica constrói as moradias através do Minha Casa Minha Vida ou o estado através do Ser Família Habitação. Resta esperar o andamento das negociações.

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