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Inovação em bibliotecas públicas é destaque no Fórum Estadual

O primeiro dia do 3° Fórum de Bibliotecas Públicas de Mato Grosso, que começou nesta quarta-feira (12.06), deu destaque ao debate sobre ações e projetos de inovação desenvolvidos por estes equipamentos culturais.  O evento segue até sexta-feira (14.06) e discute o papel de transformação social das bibliotecas públicas.

Uma das palestrantes convidadas foi a diretora da Biblioteca Pública do Espírito Santo, Ana Maria da Silva. Na palestra ‘Inovação em bibliotecas públicas’, ela contou um pouco das ações desenvolvidas no Estado que culminaram em reconhecimento internacional, sendo um deles o Prêmio de Inovação EIFL, voltado para bibliotecas que utilizam tecnologias de informação e comunicação de forma criativa em projetos de alfabetização.

Ela explica que normalmente as pessoas associam inovação a tecnologia, mas que não necessariamente precisa haver recursos tecnológicos para ser feita uma inovação. “Inovar é fazer algo que existe de uma maneira diferente, adaptar uma ideia, transformar elementos”. Em um projeto de informática para mulheres com depressão, ela conta que a iniciativa de inclusão digital ajudou na melhora da autoestima e consequentemente contribuiu para o sentimento de empoderamento das participantes. As aulas foram ministradas por jovens aprendizes, provocando uma interação entre diferentes gerações e perspectivas de vida. O projeto ganhou o Prêmio de Inovação EIFL.

Outro exemplo de transformação social apresentado foi o da biblioteca municipal de Juína, que passou de uma instituição quase fechada, em 2017, para um equipamento cultural premiado e reconhecido por contribuir na efetivação de políticas públicas voltadas ao incentivo à leitura e literatura. O secretário-adjunto de Cultura de Juína, Adriano Souza, apresentou os resultados obtidos e reforçou o apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, para a revitalização da biblioteca municipal.

“Quando decidimos revitalizar a biblioteca, pensamos nela como um guarda-chuva, uma referência para as bibliotecas escolares e comunitárias. Muito além de uma mudança física do espaço, mudamos o conceito de atuação da biblioteca”. Ele conta que o equipamento passou a ser um ponto de encontro para debates de movimentos sociais, culminando na criação do conselho municipal da juventude, além de realização de projetos de itinerância em comunidades mais afastadas e participação em todos os eventos da cidade. Com a nova proposta, a biblioteca municipal passou a funcionar em todos os dias, incluindo finais de semana com programação diferenciada, aumentando o público de 700 pessoas em três anos para quase 5mil em seis meses, após a revitalização. A inovação, explica Adriano, foi na mudança de postura, pois o que era um espaço cultural passou a ser um organismo social apropriado pela população.

No primeiro dia do evento, aproximadamente 100 representantes de Cuiabá e de municípios mato-grossenses participaram das atividades. Além de Juína, outros exemplos de inovação e boas práticas serão apresentados pelas equipes de bibliotecas de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Lacerda, Sapezal, Querência e Nossa Senhora do Livramento nos outros dias do Fórum. A abertura contou com a presença do secretário Allan Kardec (Secel), do adjunto de Cultura, Paulo Traven, além da equipe do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas e da Biblioteca Pública Estadual Estevão de Mendonça, que realiza o evento.

A programação desta quarta-feira incluiu uma palestra com a ativista de biblioteconomia social e presidente da Comissão Brasileira de Bibliotecas Prisionais, Catia Lindemann, que falou um pouco sobre a experiência dela em instituições dentro de centros de ressocialização. Um dos pontos destacados foi o de que a existência da biblioteca em unidades prisionais é uma prerrogativa prevista na Lei de Execuções Penais, e apresentou histórias de sucesso de reeducandos que tiveram suas vidas transformadas a partir do acesso a projetos de incentivo à leitura e educação. “Não acredito em outra maneira de combater a criminalidade que não seja por meio da educação”.

A programação segue até sexta-feira com exemplos de boas práticas em bibliotecas públicas, palestras sobre o contexto social das bibliotecas públicas na atualidade e qual seria o cenário ideal para estes espaços culturais. Também serão apresentados resultados de políticas públicas da Secel (Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, projetos da Biblioteca Pública Estadual Estevão de Mendonça, Biblioteca Itinerante e Plano Estadual de Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca).

Confira a programação abaixo:

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