Desde que a Fórmula 1 trocou os motores V8 pelos V6, em 2014, dando início à chamada “Era Híbrida”, os concorrentes viram a Mercedes dominar a categoria e vencer praticamente todos os campeonatos. Foram ao todo sete títulos de pilotos e oito por equipes da marca alemã, tendo essa sequência quebrada em 2021, quando Max Verstappen, da Red Bull Racing, bateu Lewis Hamilton na última volta da última prova do ano.

Essa vitória em uma das disputas mais emocionantes da história do automobilismo não apenas deu moral para o time austríaco, como também foi o divisor de águas para trazê-lo de volta ao topo. Depois de dar o primeiro Mundial à sua principal estrela, a RBR fez de 2022 sua grande temporada de reafirmação e terminará o ano com o bicampeonato do holandês e o quinto troféu de construtores.

O bi de Verstappen

Para quem vê a classificação do campeonato desta temporada, pode haver uma falsa ilusão de que foi uma trajetória tranquila do começo ao fim, mas o ano da Red Bull e de Max Verstappen foi bastante conturbado na parte inicial e só deslanchou depois de alguns percalços. Com dois abandonos nas três primeiras corridas, eles viram a Ferrari de Charles Leclerc abrir grande vantagem e mostrar um equipamento relevantemente superior.

Pouco a pouco, os pacotes de atualização foram dando mais confiabilidade ao carro azul e o jovem campeão holandês mostrou que veio para fazer história como um dos maiores vencedores do esporte. Com atuações brilhantes e seguras, Max foi colecionando vitórias e conquistou o seu segundo título com quatro corridas de antecipação.

Mais ainda, com sua 14ª vitória no ano, no GP do México, o holandês ultrapassou os alemães Michael Schumacher e Sebastian Vettel, se tornando o piloto a vencer mais vezes numa única temporada. Enquanto Schumi e Seb registraram 13 triunfos em 18 e 19 provas nos campeonatos de 2004 e 2013, respectivamente, o campeão de 2022 igualou a marca na 19ª prova do ano e atingiu o recorde na etapa seguinte.

O fim da seca nos construtores

Para uma equipe que dominou as pistas entre 2010 e 2013, não bastava apenas ganhar o campeonato de pilotos, e o chefe da Red Bull, Christian Horner, não sossegou enquanto não voltou a vencer também a disputa de construtores. A vitória em 2022 foi um verdadeiro massacre, com uma diferença de mais de 120 pontos para a Ferrari, segunda colocada. Até o momento são 16 vitórias no ano, 14 com Verstappen e duas com Sergio Perez.

Para coroar o ano perfeito, os austríacos se empenham agora em ajudar o mexicano a ficar com o vice-campeonato. O segundo piloto da RBR ocupa atualmente o segundo lugar, apenas cinco pontos à frente de Charles Leclerc, a duas corridas do fim da temporada, em São Paulo e Abu Dhabi.

Novas parcerias e patrocínio de peso

No campo dos acordos comerciais, a Red Bull se fortaleceu com novos patrocinadores e apoiadores. Se, por um lado, viu a Honda sair da Fórmula 1 e ganhou a concorrência da Audi, por outro, a vinda da Bybit, Hard Rock e PokerStars foram chegadas de peso para o portfólio da equipe austríaca.

A corretora singapurense de criptomoedas foi responsável por fechar o maior contrato de patrocínio da história do automobilismo, enquanto o grupo internacional de restaurantes, hotéis e outros empreendimentos entrou para a lista de parceiros oficiais em escala global. Por sua vez, a sala online de poker estabeleceu um acordo de divulgação da equipe em eventos que exploram as diferentes classificações do esporte da mente e jogos temáticos, aproximando novos fãs à marca.

Engenheiro também bate recordes pessoais

Não foram só os pilotos da Red Bull que fizeram história em 2022. Conhecido como o “Mago da Aerodinâmica”, o engenheiro britânico Adrian Newey é o projetista dos carros da equipe austríaca desde 2006 e responsável direto pela construção dos modelos que conquistaram todos os títulos do time (2010, 2012012, 2013 e agora 2022).

Também criador das campeãs Williams (1992, 1993, 1994, 1996 e 1997) e McLaren (1998), ele viu pela primeira vez um de seus monopostos vencer mais do que 13 provas em uma única temporada, ultrapassando justamente o feito alcançado por Vettel em 2013.