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APRESENTADORA

Catia Fonseca reflete sobre 30 anos de carreira e machismo na TV

Divulgação

Com quase 30 anos de carreira, Catia Fonseca viu a televisão se transformar. Tanto na forma de se comunicar, como no comportamento de quem trabalha para fazer a TV acontecer. Reflexo esse que, segundo a apresentadora, faz parte da evolução que o mundo e a sociedade enfrentam em temas como machismo e assédio.

“Venho de uma geração que muitas coisas aconteciam e a gente não sabia que nome dar. Era um comportamento que se fazia natural, mesmo que causasse certo incômodo e estranheza. Porque a gente não tinha a oportunidade, como a gente tem hoje, de debater sobre assuntos como machismo e assédio. E isso é importante ser feito, o alerta para as mulheres de que isso não é aceitável”, aponta.

E completa: “É um trabalho que a gente tem que fazer no dia a dia. Por muitas vezes, em várias reuniões, os homens falavam primeiro e só depois que a gente tinha a oportunidade de falar. É um modo automático, que sempre foi assim e ninguém nunca questionou. Só que, agora, a gente está questionando e reivindicando nosso espaço. Não está mudando na velocidade que deveria, mas está mudando. E é um trabalho que a gente deve fazer todos os dias.”

Mesmo reconhecendo seus privilégios, Catia se mostra atenta aos movimentos que influenciam a rotina e a existência das mulheres na sociedade e, sobretudo, no mercado de trabalho. Aos 54 anos, a apresentadora enxerga no etarismo um fator de dificuldade para assegurar trabalho e produtividade feminina.

“Sou muito privilegiada por conta do meu trabalho, mas a gente vive em um mundo muito preconceituoso e machista. Muitos homens são aceitos no mercado de trabalho mais velhos. E isso não acontece com as mulheres. Tenho 54 anos e posso passar por isso. É importante saber como reagir e estar se sentindo segura, na medida do possível, caso isso venha a acontecer. Nós precisamos nos unir e se incentivar uma a outra”, diz.

Brilho nos olhos

Mesmo com quase três décadas trabalhando com televisão, Catia Fonseca garante que o brilho nos olhos continua o mesmo como quando começou. E que a sede por novidade não tem data para acabar.

“Estou só começando. Para mim, a minha vida e a minha carreira começam todo dia. Tenho mil planos e quero sempre ser desafiada a fazer coisas diferentes. Minha vida inteira foi baseada nisso. Tudo que chega perto de mim, eu me permito fazer. Tem espaço para tudo e mais um pouco”, se entusiasma.

Catia Fonseca: 'Tenho mil planos e quero sempre ser desafiada a fazer coisas diferentes' — Foto: Divulgação

Catia Fonseca: ‘Tenho mil planos e quero sempre ser desafiada a fazer coisas diferentes’ — Foto: Divulgação

Emoção que transborda

Entre os vários momentos que viralizaram ao longo de sua trajetória na televisão, entre discursos afiados e situações de emocionar, Catia aposta em sua espontaneidade como um caminho direto e pessoal entre ela e seu público.

“Tem assuntos que não consigo segurar a emoção. E isso aproxima demais, faz com que as pessoas me enxerguem como quem se emociona, sente todas as coisas. Não quero estar longe de ninguém. O apresentador tem que se colocar em um nível igual ao do público”, diz.

“Antigamente, as pessoas queriam ver quem era de televisão em um patamar como era a Hebe Camargo e outros grandes nomes. Hoje, quero estar cada vez mais perto do meu público e quero que ele saiba que também estou aprendendo todos os dias. Somos todos iguais, com as mesmas dificuldades naquele momento. Vamos aprender juntos.”

Já sobre a necessidade de expor sua opinião em temas polêmicos que muitas das vezes são julgados e apontados nas redes sociais, Catia é categórica: em sua verdade, é necessário posicionamento.

“A gente tem que se posicionar sobre os assuntos. Ao mesmo tempo que a internet ajuda bastante a gente em vários aspectos, ela expõe mais a gente. O que para mim não é um problema. E quando percebo que disse uma coisa que pode deixar um entendimento diferente do que tentei dizer, eu me explico e tento ser o mais transparente possível”, pontua.

“É que nem sempre a repercussão fica dentro do mesmo contexto. Já estou há 28 anos no caminho da profissão. E se falo alguma coisa errada, peço desculpa, porque estou aprendendo.”

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