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ALMT - Posto TRE - Abril

DEMISSÃO EM MASSA

Musk demite funcionários por e-mail após assumir rede social

Reprodução

No dia em que o bilionário Elon Musk dará início a um processo de demissão em massa no Twitter, funcionários cortados da empresa usaram o LinkedIn para lamentar a saída e buscar por novas oportunidades profissionais.

Uma semana após comprar o Twitter, Musk deverá cortar cerca de 7,5 mil funcionários, a metade do que tem a rede social, para reduzir até US$ 1 bilhão em custos.

Começaremos o difícil processo de reduzir nosso quadro global nesta sexta-feira“, anunciou o Twitter a seus funcionários um dia antes, em um e-mail ao qual a agência France Presse teve acesso.

Nesta sexta-feira (4), ele foi fotografado em Nova Iorque, durante uma conferência de investimentos. A sede do Twitter fica em São Francisco, Califórnia.

Os demitidos seriam comunicados a partir das 13h, mas, desde o início da manhã, vêm relatando que tiveram a entrada nos escritórios, inclusive no Brasil, bloqueada, assim como os acessos aos sistemas da empresa.

Uma brasileira que trabalha na plataforma descreveu a experiência ao g1.

“Eu fui pega de surpresa mesmo, voltei ontem do feriado, entrei na reunião de equipe e o clima era total de luto.”

A ex-tweep (modo ao qual os funcionários do Twitter se identificam) não quis se identificar por medo de represálias. Segundo ela, os funcionários descobriram as mudanças implementadas por Musk acompanhando os noticiários.

“Basicamente tudo que a gente sabia sobre a gestão do Elon vinha primeiro dos jornais e depois de muito tempo em um comunicado interno. Era até engraçado perguntarem para gente o que estava acontecendo, porque era muito mais provável que os jornalistas de fora descobririam antes da gente”.

No seu último dia da empresa, a brasileira disse que, às 21h da quinta-feira (3), recebeu um e-mail notificando de que haveria demissões e que os funcionários escolhidos seriam avisados.

Por volta da meia-noite, ela percebeu que tinha perdido o acesso ao e-mail da empresa e às 4h48 recebeu um e-mail reforçando as demissões.

O g1 entrou em contato com o Twitter, mas a empresa não enviou um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

Musk também não se manifestou no Twitter sobre o assunto. Em seu post mais recente, no começo da tarde, criticou ativistas que, segundo ele, têm pressionado anunciantes e feito a receita da rede social cair. “Estão tentando destruir a liberdade de expressão na América”, afirmou.

‘Time dos sonhos’

Funcionários de outros países se manifestaram nas redes sociais sobre as demissões.

“É possível um coração estar partido e pleno ao mesmo tempo?”, disse em mensagem no LinkedIn o vice-presidente de diversidade, igualdade, inclusão e acessibilidade, James Loduca.

“Foi um privilégio liderar um time dos sonhos no Twitter, trabalhando juntos para criar a companhia de tecnologia mais inclusiva, diversa, igualitária e acessível do mundo. Estou agradecido para sempre. Tweeps, criamos um relâmpago em uma garrafa – nada, nem ninguém mudará isso”, publicou.

Alguns foram mais diretos na busca de novos empregos:

“Encerrando minha jornada de oito anos e meio no Twitter. Enquanto imigrante trabalhando nos Estados Unidos, não tenho tempo para olhar para trás. Estou procurando um novo papel com urgência e agradeceria se pudesse me ajudar. Agradeço antecipadamente por qualquer conexão, conselho ou oportunidade que possa oferecer”, afirmou o especialista em Marketing, Nick Watanabe.

A estrategista criativa Janeth Vázquez Angulo também foi objetiva:

“Quero anunciar que ofereço meus serviços no LinkedIn. Dê uma olhada na minha página de serviços de Estratégia de Conteúdo, Marketing de Conteúdo, Marketing de Marca, Marketing de Redes Sociais, Marketing Digital e Publicidade”.

dos Tweeps ajudando uns aos outros dentro do Twitter. Às vezes, crises podem mostrar o melhor de cada um de nós. O lado mais humano de cada um. Obrigado pelo amor”.

Profissionais da empresa, ex-funcionários e recrutadores externos também manifestaram solidariedade aos colaboradores demitidos.

Alguns se colocaram à disposição para fazer recomendações. “Há uma incrível rede de talentosos ex-Tweeps prontos”, disse Chad Tully, um dos diretores do Twitter.

Aviso por e-mail

O Twitter foi comprado por US$ 44 bilhões (R$ 235 bilhões), segundo a agência Reuters, após seis meses de negociações bastante conturbadas.

Quem for demitido deverá receber o aviso pelo e-mail pessoal. Os que continuarem na empresa serão notificados pelo e-mail de trabalho.

Para garantir a segurança dos funcionários e dos dados e sistemas da empresa, os escritórios do Twitter foram fechados temporariamente e as credenciais de acesso foram suspensas.

Um grupo de funcionários entrou com uma ação coletiva contra a empresa nesta quinta-feira (3), alegando terem começado um processo de demissão em massa sem o aviso de 60 dias, violando leis trabalhistas federais e do Estado da Califórnia.

Na semana passada, Musk já havia demitido funcionários do alto escalão, como o diretor-executivo — cargo que ele mesmo assumiu por enquanto — e o diretor-financeiro.

O bilionário está redesenhando a estrutura empresa. Ele sustenta que vai defender a liberdade de expressão na rede social, mas ainda não deu muitos detalhes sobre como fará isso.

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