Às vezes, o lúdico futebol causa momentos de cólera momentânea ao torcedor. Contra o Estudiantes de Mérida, o tricolor que foi ao Castelão já imaginava que iria assistir a uma goleada – que aconteceu, é bem verdade. O Fortaleza fez 6 a 1 no time venezuelano e encaminhou a vaga às oitavas da Sul-Americana. O problema foram os sustos desnecessários tomados pela equipe de Juan Pablo Vojvoda no fim do primeiro tempo e no início do segundo. O que começou em ritmo de jogo-treino, gerou solavancos ao coração do torcedor que, apesar dos sobressaltos, no fim, conseguiu sair de sorriso bem aberto do Castelão. Só uma catástrofe tira o Leão do Pici das oitavas da Sula.
Começou em ritmo de treino
O Fortaleza beirou os 70% de posse de bola nos primeiros 15 minutos de jogo. Dominou a posse no meio-campo e chegou ao ataque com Pikachu e Galhardo, mas demorou a dar trabalho verdadeiro ao goleiro Velásquez. Vojvoda, que entrou em campo com um time alternativo – mesclando titulares e reservas -, não queria dar chance ao azar. Há quem diga que nem precisava.
Com calma, o Leão chegou ao primeiro gol de pênalti, com Pikachu, após duas consultas do árbitro ao VAR (em dois lances diferentes). O camisa 22 cobrou com precisão, deslocando o goleiro, e fez o gol de número 70 do Leão na temporada. Apesar da enorme posse de bola, o Fortaleza pouco obrigava Velásquez a trabalhar. Essa tônica mudou a partir dos 35 minutos. Na reta final, o time cearense viu que podia ampliar logo, cresceu na linha de frente e fez o segundo com Zé Welison, num belo chute colocado de dentro da área.
O primeiro susto veio no último lance do 1T quando o Estudiantes de Mérida chegou ao gol com Medrano. Um lapso da defesa tricolor, que construía a partida de forma a não precisar sofrer sustos. Méritos, pois, da equipe venezuelana, que se aproveitou da falha da defesa cearense – que certamente levou puxão de orelha no intervalo.
Depois dos sustos, a goleada
A bola mal começou a rolar no segundo tempo e novamente a defesa falhou. Arenas fez o gol de empate do Estudiantes de Mérida após nova desatenção da defesa tricolor. A sorte foi que o VAR observou corretamente o impedimento do jogador venezuelano e anulou o lance. Os vinte primeiros minutos da etapa complementar, inclusive, foram de dificuldade dos donos da casa para penetrar na defesa venezuelana. O lado bom, para o torcedor cearense, é que não houve mais sustos e a dificuldade acabou ali.
Vojvoda, que costuma ser certeiro nas substituições, fez todas as cinco. E dos que entraram, três balançaram as redes. Calebe e Moisés tiveram mais destaque. O primeiro foi derrubado na área para que Galhardo fizesse mais um gol de pênalti. O volante ainda fez o dele minuto depois. Moisés, por sua vez, além de dar assistência para Calebe, fez o quinto em um chutaço de fora da área. Do banco, ainda veio Silvio Romero, mostrar que o Leão não só tem elenco, como tem o melhor ataque do Brasil com 75 gols marcados.
É importante frisar que o Fortaleza tem um elenco – e um time – muito superior ao Estudiantes de Mérida. O placar comprova isso. Se o começo da partida foi em ritmo de jogo-treino, achando que poderia resolver a situação a qualquer momento, os cochilos não podiam acontecer e Vojvoda sabe que erros assim podem ser fatais numa Série A. As entradas de Moisés e Calebe mudaram ritmo do time, que voltou a se concentrar e goleou o frágil adversário como já era esperado. O próximo compromisso, contra o Corinthians fora de casa, não permitirá novos erros assim.
Fortaleza 6 x 1 Estudiantes de Mérida
Posse de bola: 62% x 38%
Finalizações: 19 x 9
No gol: 11 x 4
Escanteios: 12 x 1
Impedimentos: 4 x 1
Defesas: 4 x 7
Desarmes: 13 x 14
Agenda
O Tricolor volta a campo na segunda-feira (8) pela Série A do Campeonato Brasileiro. O duelo será contra o Corinthians na Neo Química Arena às 20h. Na competição, o Leão soma sete pontos e é o vice-líder. Pela Sul-Americana, o time cearense só volta a campo em vinte dias. Encara o San Lorenzo no Castelão na quarta-feira (24) às 19h.
